19 fev, 2019 - 13:22 • Filipe d'Avillez
Pelo sexto ano consecutivo, o movimento católico Equipas de Jovens de Nossa Senhora (EJNS) leva a palco o Faith’s Night Out. O evento terá lugar no dia 23 de fevereiro, a partir das 19h.
Nos últimos dois anos os jovens apostaram em grande, conseguindo esgotar os 1.500 lugares do Centro de Congressos de Lisboa e, este ano, voltam ao mesmo local com 12 conferências de sete minutos cada, sobre os mais diversos temas.
Todos os anos o evento conjuga oradores de renome com outros menos conhecidos. Este ano, uma das cabeças de cartaz é Carla Rocha, da Renascença, que se juntará ao professor João César das Neves, ao líder da Juventude Popular, Francisco Rodrigues dos Santos, ea os cantores Tiago Cavaco, Pedro Castro e Manuel Fúria. Os músicos - o primeiro dos quais é pastor evangélico, sendo os outros dois católicos - ocupam apenas uma conferência subordinada ao tema “Sinfonia para dois instrumentos”.
A experiência dos anos passados mostra que, muitas vezes, são os oradores menos conhecidos que causam maior impacto. Francisca Mello Vieira, da organização, diz que há nomes da lista deste ano que merecem atenção. “O padre Pedro Rocha Mendes... Se calhar, muita gente não conhece, pois está mais no meio jesuíta. Para quem não conhece, vai surpreender, mas quem conhece sabe que, efetivamente, vai ser bom”, diz.
Maria Loureiro, também da organização, destaca a bailarina Carolina Duarte, que “vai surpreender e fazer-nos pensar muito sobre como pomos em prática os nossos dons”.
As duas falam ainda de Margarida Montanha Rebelo, que é das EJNS e que este ano passou dos bastidores para o palco. “Quem está nas EJNS claro que a conhece, mas o FNO é muito mais abrangente que isso e tenho a certeza que também vai ser espetacular”, diz Francisca.
Um exemplo de nova evangelização
A primeira edição do FNO realizou-se num pequeno auditório do Colégio dos Salesianos de Lisboa. O formato, inédito em Portugal, correu bem e, no ano seguinte, o local escolhido já era maior, até que chegou ao Centro de Congressos, sempre com casa cheia.
Maria Loureiro tenta explicar o sucesso do fenómeno. “A diversidade de oradores também traz a diversidade de pessoas. Por isso, não me surpreende que venham assim tantas pessoas. Digo isto por experiência própria, de pessoas que me vieram dizer que têm curiosidade e que gostavam de ir exatamente pela variedade daquilo que vão ouvir e as várias perspetivas sobre o mesmo tema. Acima de tudo, é um evento que desperta curiosidade e isso é o fator que mais atrai. E, sendo sete minutos, nunca aborrece as pessoas. Por isso, as pessoas querem sempre ouvir e partilhar essa experiência.”
Francisca confirma e fala do alento que recebe, enquanto católica, de ver uma sala cheia de pessoas para ouvir conferências sobre a fé. “O ano passado, já dentro da organização, lembro-me de estar a olhar para aquela plateia e achar mesmo espetacular como é que há tanta gente interessada neste evento católico, porque nas nossas vidas estamos rodeados muitas vezes de pessoas que não querem saber, ou que gozam ou não estão interessados. Mas num evento deste tipo vemos que há muita gente como nós, muita gente à procura de como viver a fé no nosso dia-a-dia, como viver a fé na política, na família, nas nossas profissões.”
“E as pessoas compreendem que estes testemunhos não são uma imposição. Ninguém vai ali dizer para se viver daquela maneira, ou fazer como eu faço. Não, vão contar a vida deles, a perspetiva deles, e isso é sempre enriquecedor e as pessoas querem saber”, conclui.
Numa altura em que na Igreja tanto se fala da importância da nova evangelização, os jovens têm noção de que este é um bom exemplo. “Realmente identifico isso e é uma oportunidade para pessoas que não estão sequer próximas da Igreja, e se calhar não estão interessadas, irem e gostarem. E isso pode ser um primeiro passo para muita coisa”, diz Francisca.
Primeiro o Porto, depois o mundo
Seis anos pode não ser muito tempo, mas na perspetiva das Equipas de Jovens de Nossa Senhora, um movimento dirigido a jovens católicos a partir dos 16 anos, é uma geração, o que significa que os organizadores desta edição do FNO não são os originais, mas herdaram já uma iniciativa com bastante renome.
“É um bocado assustador. Porque acontecia muito que as últimas FNO estavam a ser organizadas muito pelas mesmas pessoas e já eram equipistas mais velhos, que acompanharam aquilo desde o princípio. E este ano caiu nas nossas mãos - foi uma mudança de geração -, mas acho que foi um desafio giro e demos-lhe o nosso toque. Acho que está dentro do mesmo género, as pessoas podem esperar o mesmo FNO dos últimos anos, mas se calhar com um toque pessoal”, diz Francisca.
O ano passado, pela primeira vez, realizou-se o Faith’s Night Out também no Porto, organizado diretamente pelos equipistas locais. Passado pouco tempo surgiu uma surpresa, explica Francisca. “Fomos contactados pelas EJNS do Brasil, que tiveram conhecimento do FNO Lisboa e queriam muito fazer. Então aproveitámos esse trabalho todo que tínhamos feito para instruir o Porto e acompanhámos de cá, mas demos a nossa ajuda e com certeza que teve um toque brasileiro, mas segundo as nossas regras”.
Agora, aproveitando também o protagonismo que Portugal irá ter durante os próximos anos, fruto da organização das Jornadas Mundiais da Juventude em Lisboa, em 2022, querem ir ainda mais longe. “Aproveitando o facto de o secretariado internacional das EJNS estar em Portugal, há uma pessoa responsável por internacionalizar o FNO”, diz Francisca.
“O nosso objetivo agora é mesmo expandir e todos os países que tenham EJNS e que queiram fazer o FNO e sintam que têm capacidade para isso. Achamos que é uma maneira de começar a expandir esta ideia da nova Evangelização e que está a correr tão bem em Portugal.”
Os bilhetes para o FNO custam entre 12 e 15 euros e podem ser adquiridos através do site e da página de Facebook da organização. Caso esgotem, os interessados devem ainda enviar um mail para a organização, podendo ficar em fila de espera para o caso de haver desistências.