19 fev, 2019 - 11:17 • Rosário Silva
De cara lavada, a Igreja da Misericórdia de Évora reabriu ao culto depois de um ano de obras de conservação e restauro.
Propriedade da Santa Casa da Misericórdia de Évora (SCME), a igreja, edificada em meados do século XVI, sofreu uma significativa intervenção que implicou um investimento de meio milhão de euros.
“É, creio, a maior obra de requalificação e reabilitação na longa história desta igreja”, admite à Renascença, Francisco Lopes Figueira, provedor da SCME.
Com o apoio dos fundos comunitários e receitas da própria instituição, a intervenção envolveu trabalhos quer no interior, quer no exterior do edifício, classificado como imóvel de interesse publico desde 1983.
“Fizemos coberturas novas, reparamos rebocos, implementamos soluções para evitar infiltrações que existiam, ou seja houve uma intervenção estrutural que era muito necessária numa igreja que faz parte da nossa história”, explica Francisco Lopes Figueira.
No decorrer dos trabalhos foram, também, colocadas a descoberto sete pinturas murais a fresco. Já se conhecia a sua existência, estavam cobertas por telas, mas a intervenção permitiu a sua conservação, limpeza e estudo.
“Aproveitámos para fazer alguns trabalhos de investigação e fomos ao que estava por trás das telas”, esclarece o provedor, pois “sabíamos que existiam outras pinturas, agora radiografadas e que vão ser objeto de estudo”.
Depois de temporariamente a descoberto, os frescos que retratam as “Obras da Misericórdia” voltaram a ficar tapados, mas vão ser dados a conhecer através de um núcleo museológico que vai ser criado na igreja, até ao final de 2019.
“Vai ter um percurso a começar por uma porta lateral, vai percorrer a envolvente do salão principal e pretende dar a conhecer o que é uma Misericórdia, a sua atividade e o espirito destas instituições, um fenómeno tipicamente português, que nós espalhamos pelo mundo”, acrescenta, sobre o núcleo museológico, o provedor da SCME.
O novo espaço, num investimento a rondar os 300 mil euros, vai ter o contributo das novas tecnologias e será mais uma fonte de receita para a instituição que pretende expandir os seus projetos.
“Somos detentores de um património com 500 anos de história e temos a responsabilidade de o apresentar à irmandade, mas também aos que nos visitam, todo este nosso percurso que muito nos orgulha”, remata Francisco Lopes Figueira.