26 fev, 2019 - 02:01 • Redação, com Reuters
Veja também:
O cardeal George Pell foi considerado culpado de cinco crimes de abusos de menores por um tribunal da Austrália. O antigo conselheiro do Papa declarou-se inocente.
A decisão remonta a 11 de dezembro do ano passado após quatro semanas de julgamento, mas o veredito só foi tornado público esta terça-feira, depois de os procuradores terem deixado cair um segundo caso de alegados abusos sexuais.
O prelado, de 77 anos, declarou-se inocente das cinco acusações. À saída do tribunal, não prestou declarações, mas os seus advogados apresentaram um recurso que pode levar a uma repetição do julgamento.
O cardeal George Pell, que foi responsável pela Secretaria da Economia do Vaticano e conselheiro económico do Papa Francisco, é a mais destacada figura da Igreja Católica a ser condenada por crimes de pedofilia.
O tribunal de Melbourne condenou-o por cinco crimes de ofensa sexual contra dois rapazes de 13 anos, que pertenciam a um coro.
Os atos aconteceram há 22 anos, na sacristia da Catedral de S. Patrício, em Melbourne, onde George Pell era arcebispo.
Uma das vítimas morreu em 2014.
O cardeal arrisca um máximo de dez anos de prisão por cada um dos cinco crimes, num total de 50 anos.
“O cardeal Pell manteve sempre a sua inocência e continua a fazê-lo”, declarou o advogado Paul Galbally à saída do tribunal.
O antigo responsável pelas finanças do Vaticano deverá regressar ao tribunal na quarta-feira, dia em que começa a leitura da sentença e ficará a conhecer a pena.
A condenação do cardeal é conhecida dois dias depois da histórica Cimeira do Vaticano sobre abusos sexuais na Igreja Católica, que terminou com o Papa Francisco a declarar guerra a um flagelo que deve ser erradicado da face da Terra.