10 mai, 2019 - 11:35 • Lusa
O Papa Francisco doou 100 mil euros à secção grega da organização católica Cáritas para financiar a sua atividade de apoio a refugiados e migrantes.
Uma delegação do Vaticano liderada pelo cardeal Conrad Krajewski visitou a ilha de Lesbos para analisar a situação dos campos de refugiados.
"Vemos aqui muitas crianças e muitas mulheres grávidas que estão à espera há meses que a Europa abra as portas, porque aqui não têm futuro", disse o cardeal em declarações citadas pelos meios de comunicação social locais.
Diante da deterioração das condições de vida destes migrantes, explicou o cardeal, o Papa enviou uma ajuda para a Cáritas Hellas que trabalha nesta zona.
Os 100 mil euros, adiantou, serão para as primeiras necessidades, mas Francisco quer ser para esta gente sobretudo uma ponte para uma vida melhor, a 'terra prometida'.
Francisco visitou Lesbos há três anos e desde então tem pensado diariamente sobre as pessoas nos campos, acrescentou o cardeal polaco. Durante a sua visita em 2016, o Papa ficou chocado com a situação no campo de Moria e organizou a transferência imediata de várias famílias de refugiados para Roma.
"O Papa enviou-nos porque parece que a Europa se esqueceu que existem muitos campos de refugiados aqui", disse o cardeal depois de sua reunião com o Ministério da Migração para gerir os campos, Andreas Gugulís.
Segundo dados do Ministério da Migração, na Grécia existem atualmente cerca de 70.000 refugiados, espalhados por dezenas de acampamentos, hotéis e casas alugadas.
Desse total, mais de 14.000 estão em campos nas ilhas do Mar Egeu, cuja capacidade de acolhimento é de apenas 6.500 pessoas e das quais só podem sair se tiverem recebido um visto positiva ao seu pedido de asilo ou se pertencem a algum grupo vulnerável.