10 jun, 2019 - 17:55 • Ecclesia
O Papa anunciou esta segunda-feira, no Vaticano, a intenção de visitar o Iraque em 2020, falando perante representantes das comunidades católicas orientais.
“Uma ideia insistente acompanha-me, pensando no Iraque, onde tenho o desejo de ir no próximo ano, para que possa seguir em frente, através da participação pacífica e partilhada na construção do bem comum de todos as componentes religiosas da sociedade, e não caia novamente em tensões que vêm dos conflitos intermináveis de potências regionais”, disse, na Sala do Consistório, perante os participantes na 92ª Assembleia Plenária da Reunião das Obras de Ajuda às Igrejas Orientais (Roaco).
A visita do Papa ao Iraque é um projeto antigo, que ainda não se concretizou devido a problemas de segurança, que afetam em particular a comunidade cristã, visada pela ação do autoproclamado Estado Islâmico.
Francisco falou ainda do encontro com os seus representantes diplomáticos (núncios apostólicos), que vai decorrer a partir de quarta-feira.
“As contribuições dos representantes pontifícios de alguns países, bem como dos relatores que foram escolhidos, ajudarão a ouvir o grito daqueles que, nestes anos, foram roubados aa esperança: penso com tristeza, mais uma vez, no drama da Síria e nas nuvens densas que parecem aumentar sobre ela nalgumas áreas ainda instáveis, onde o risco de uma crise humana ainda maior continua a ser alto”, observou.
O Papa também recordou “as pessoas que não têm alimento, as que não têm assistência médica, não têm escola, os órfãos, os feridos e viúvas que levantam as suas vozes”.
“Na Terra Santa, espero que o recente anúncio de uma segunda fase de estudo do restauro do Santo Sepulcro, que vê as comunidades cristãs do ‘Statu quo’ lado a lado, seja acompanhado pelos sinceros esforços de todos os protagonistas locais e internacionais para que chegue em breve uma pacífica convivência no respeito de todos aqueles que vivem naquela terra, sinal para todos da bênção do Senhor”, prosseguiu.
A intervenção evocou os que fogem das suas terras, deixando tudo, com destino à Europa.
“Gritam as pessoas em fuga, amontoadas dentro de navios, em busca de esperança, sem saber em que portos poderão ser acolhidas na Europa – que abre os portos a embarcações com armamentos sofisticados e caros, capazes de produzir devastação que não poupam nem sequer as crianças”, denunciou.