18 jun, 2019 - 13:11
O Cardeal John Tong, de Hong Kong, condenou publicamente a violência dos últimos dias naquela região, apelando ao diálogo e ao respeito entre manifestantes e Governo.
A região de Hong Kong tem estado em sobressalto ao longo dos últimos dias com milhões de pessoas nas ruas a protestar contra uma medida que permitiria a extradição de cidadãos da região para a China continental, incluindo turistas e estrangeiros.
Durante as manifestações têm ocorrido episódios de violência e repressão contra os manifestantes e, em certas ocasiões, contra jornalistas.
Tal como em Macau, a Igreja Católica em Hong Kong tem liberdade de ação e de expressão e o clero não tem hesitado em condenar os excessos do Governo. O cardeal John Tong exige que os manifestantes sejam respeitados, embora também tenha condenado os ataques esporádicos destes contra a polícia, com o arremesso de pedras, por exemplo.
“Se os manifestantes saem à rua para expressar a sua opinião, devem ser respeitados”, disse o cardeal, em declarações à Rádio Vaticano, pedindo também a todos os católicos que rezem pela situação na região.
Mais diretamente envolvido está o bispo auxiliar Joseph Ha Chi-Shing, que se tem mantido junto dos manifestantes, em solidariedade. Numa concentração ecuménica de cristãos à porta do Conselho Legislativo, disse que ficará com os jovens enquanto estes persistirem com o protesto.
“Tudo o que queremos é a liberdade a que todos têm direito, e não termos de viver mais com medo”, afirmou.
Já o arcebispo emérito de Hong Kong, o cardeal Joseph Zen, que é um feroz crítico do regime chinês, afirmou simplesmente que “há esperança”, quando questionado sobre as manifestações em larga escala dos habitantes de Hong Kong.
Tal como Macau, que foi território português, Hong Kong foi devolvido pelo Reino Unido à China, mas na condição de que se manteria uma Região Administrativa Especial, onde os cidadãos gozam de mais liberdade do que na restante República Popular da China.
O Governo regional de Hong Kong já suspendeu a proposta de lei sobre a extradição, mas as manifestações mantêm-se como expressão de medo de perda geral de liberdades na região.