26 ago, 2019 - 14:48 • Marta Grosso com agências
O Papa emitiu, nesta segunda-feira, uma declaração para exprimir a sua satisfação pelo “nascimento do Comité Superior para se alcançar os objetivos contidos no Documento sobre a Fraternidade Humana em prol da paz mundial e da convivência comum”.
“Embora muitas vezes, infelizmente, seja o mal, o ódio, a divisão a fazer notícia, há um oceano oculto de bem que cresce e nos faz esperar no diálogo, no conhecimento mútuo, na possibilidade de construir, de mãos dadas com os crentes de outras religiões e com todos os homens e mulheres de boa vontade, um mundo de fraternidade e de paz”, refere a nota dada a conhecer pelo diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Matteo Bruni, e enviada à Renascença.
“O Santo Padre encoraja o trabalho do Comité para a divulgação do Documento, agradece aos Emirados Árabes Unidos o empenho concreto a favor da fraternidade humana e almeja que se possam multiplicar no mundo iniciativas similares”, acrescenta a declaração do Vaticano.
Em fevereiro, o Papa e o Grande Imã de Al-Azhar, Ahmad Al-Tayyeb, assinaram um documento histórico que condena o terrorismo e a intolerância religiosa: a Declaração de Abu Dhabi.
“Pedimos a todos que deixem de usar as religiões para incitar o ódio, a violência, o extremismo e o fanatismo cego, e que se abstenham de usar o nome de Deus para justificar atos de assassinato, exílio, terrorismo e opressão”, refere o documento sobre a Fraternidade Humana para a paz mundial e a convivência comum.
A Declaração de Abu Dhabi assume o “objetivo de encontrar uma paz universal de que todos possam desfrutar nesta vida”, crentes e não-crentes. O Papa e o Grande Imã de al-Azhar pedem que ninguém seja forçado a “aderir a uma determinada religião ou cultura”, bem como a proteção dos locais de culto – sinagogas, igrejas e mesquitas.
O texto foi divulgado durante um encontro inter-religioso promovido nos Emirados Árabes Unidos, quando Francisco protagonizou a primeira viagem de um pontífice católico à península arábica.
O documento parte da “crença comum em Deus”, que “não precisa ser defendido por ninguém e não quer que o seu nome seja usado para aterrorizar as pessoas”.