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Rede Eclesial Pan-Amazónica alerta. Amazónia perto de "um ponto de não retorno"

27 ago, 2019 - 14:55 • Agência Ecclesia

Organismo inclui representantes de comunidades católicas de nove territórios: Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Guiana-Francesa, Peru, Suriname e Venezuela.

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A Rede Eclesial Pan-Amazónica (REPAM), da Igreja Católica, alertou para a situação de “extrema gravidade” que se vive na região, afetada por incêndios de grandes dimensões.

“Unimo-nos aos diversos pronunciamentos que, em consonância com o magistério do Papa Francisco, exortam a toda a humanidade a tomar consciência das sérias ameaças desta situação e a esforçar-se por cuidar da casa comum, levantando as suas vozes e encontrando caminhos concretos para uma ação pacífica, mas firme, exigindo que ponha fim a esta situação”, refere o texto, assinado pela presidência da REPAM.

O organismo inclui representantes de comunidades católicas de nove territórios: Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Guiana-Francesa, Peru, Suriname e Venezuela.

O texto cita o documento de trabalho do próximo Sínodo especial para a Amazónia, que o Papa convocou para outubro, sublinhando que “atualmente, a mudança climática e o aumento da intervenção humana (desmatamento, incêndios e alteração no uso do solo) estão a levar a Amazónia rumo a um ponto de não retorno”.

Os satélites registaram mais de 41 mil incêndios na região da Amazónia, durante este ano; mais de metade ocorreram no mês de agosto.

Nas últimas horas, o governo brasileiro revelou que a situação está sob controlo, aproveitando para rejeitar a oferta de 22 milhões de euros anunciada pelos países do G7.

“A situação não é simples, mas está sob controlo e está a arrefecer bem: até a meteorologia ajudou, pois na parte da Amazónia Oeste está a chover”, disse Fernando Azevedo e Silva, ministro da Defesa brasileiro.

O documento orientador dos trabalhos do Sínodo 2019 fala numa região “disputada” por várias frentes, com “violação dos Direitos Humanos e destruição extrativista”, evocando os “defensores dos direitos humanos” e os seus mártires, como a irmã Dorothy Stang.

A religiosa católica, defensora dos direitos dos povos ribeirinhos da floresta amazónica, tinha 73 anos e morava no Brasil há 30 quando foi assassinada a 12 de fevereiro de 2005, com seis tiros.

A assembleia de bispos foi anunciada pelo Papa a 15 de outubro de 2017 e vai refletir sobre o tema ‘Novos caminhos para a Igreja e para uma ecologia integral’, de 6 a 27 de outubro de 2019.

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