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Papa aos bispos. “Deus desafia-nos a manter o coração e espírito abertos”

07 set, 2019 - 14:50 • Aura Miguel , com redação

Francisco desafiou os bispos de Madagáscar a levantar voz contra a desigualdade e a corrupção.

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“Semeador de paz e de esperança” é o tema escolhido para esta visita. Francisco reuniu-se, este sábado, com os bispos de Madagáscar na Catedral de Andohalo, onde lembrou a difícil a tarefa do pastor e desafiou os bispos a levantar voz contra a desigualdade e a corrupção.

“Uma terra rica e tanta pobreza; uma cultura e uma sabedoria herdadas dos antepassados, que nos fazem valorizar a vida e a dignidade da pessoa humana, mas temos também de constatar a desigualdade e a corrupção. Nestas circunstâncias, é difícil a tarefa do pastor”, começou por dizer.

“Ninguém pode exigir-nos que releguemos a religião para a intimidade secreta das pessoas, sem qualquer influência na vida social e nacional, sem nos preocupar com a saúde das instituições da sociedade civil, sem nos pronunciar sobre os acontecimentos que interessam aos cidadãos”, declarou.

Na sua intervenção reconheceu que não faltam motivos de preocupação. “Entre outras coisas, carregais no coração a responsabilidade de velar pela dignidade dos vossos irmãos, que pedem para se construir uma nação cada vez mais solidária e próspera, dotada de instituições sólidas e estáveis”.

Mais à frente sublinhou: “A defesa da pessoa humana é outra dimensão do nosso empenho pastoral”. Por isso, “temos um dever particular de proximidade e proteção para com os pobres, os marginalizados e os pequeninos, para com as crianças e as pessoas mais vulneráveis, vítimas de exploração e abusos”.

Um pastor que semeia evita de controlar tudo e dá azo às iniciativas, disse.

O Papa pediu aos bispos das dioceses malgaxes, entre os quais o português D. José Alfredo Caires, que sejam sempre pastores, “próximos de Deus, dos seus sacerdotes e do povo”.

Para Francisco, toda esta responsabilidade no campo de Deus “deve desafiar-nos a manter o coração e o espírito abertos, esconjurar o medo que nos fecha e vencer a tentação de nos isolarmos”.

“Que o diálogo fraterno entre vós, bem como a partilha dos dons e a colaboração entre as Igrejas particulares do Oceano Índico constitua um caminho de esperança”, disse a terminar o seu discurso, lembrando que os vários desafios pastorais, tais como, a proteção do meio ambiente ou o problema da imigração, requerem para uma “abordagem eficaz, reflexões comuns e uma ampla sinergia de ações”.

O dia termina com uma vigília dedicada aos jovens, no Campo Diocesano de Soamandrakizay, mesmo local que no domingo recebe a Missa presidida por Francisco, com participação prevista de centenas de milhares de pessoas.

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