02 out, 2019 - 16:00 • Filipe d'Avillez
Os jesuítas assinaram esta quarta-feira um protocolo com a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa para a cedência do Palácio dos Condes de Tomar, que assim se tornará a sede da Brotéria, a revista centenária da Companhia de Jesus, que se passa a ser um centro cultural.
Nas palavras do padre Francisco Mota, o objetivo deste centro é “trazer o Evangelho ao mundo”.
Auxiliados por um “observatório”, composto por pessoas “que tenham uma atenção particular à vida cultural, artística, política, económica da cidade e que nos possam ir dizendo aquilo que vão ouvindo, vendo, as preocupações, intuições”, os jesuítas pretendem criar um espaço que esteja em contacto com as culturas urbanas contemporâneas.
“O observatório desempenha essa função não executiva que vai permitir que a nossa preocupação, em vez de nascer de dentro de casa para a rua nasça da rua para dentro da nossa casa, para depois ser devolvida à rua”, explica o padre Francisco.
Preocupados com o facto de o mundo numa cidade como Lisboa ser cada vez mais sectária os jesuítas querem criar um espaço onde a Igreja Católica se possa “relacionar com a multiplicidade do que é a realidade concreta das pessoas”.
Por tudo isto, o padre Francisco Mota insiste que este é um projeto profundamente evangélico. “A linha que abre o nosso documento de missão e visão diz que somos um centro cultural dos jesuítas, profundamente marcado pela fé cristã e pela sua identidade inaciana. Por isso eu diria que o que temos aqui é precisamente a nova evangelização que passa por aprender a falar a língua e tratar com seriedade aqueles que podem estar dentro das nossas portas, ou não, por ouvir com verdadeiro cuidado evangélico, com este olhar do Evangelho.”
“Por tudo isto, entendido na nossa linguagem, é um projeto de trazer o Evangelho ao mundo”, conclui.