23 out, 2019 - 18:19 • Filipe d'Avillez
A perseguição que é movida contra os cristãos em várias partes do mundo é corretamente caracterizada como genocídio, considera Paulo Portas.
Falando na apresentação do relatório “Perseguidos e Esquecidos?”, da autoria da fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), o ex-líder do CDS refere que a organização usa esse termo, e fá-lo de forma correta.
“O relatório usa a palavra genocídio quando tem de usar. Ela tem uma caracterização no Direito Internacional que é muito clara e aquilo que se passa em muitos lugares do mundo – e aqui estão analisados 12 países em concreto – é um genocídio contra os cristãos. É tão simples como isso, e tão doloroso como isso.”
Para Paulo Portas esta é uma realidade inaceitável. “Eu faço parte daqueles que acham que, em particular quanto às grandes religiões, mas não só, um mundo em que não haja liberdade religiosa é um mundo de direito humanos absolutamente insuficientes.”
“Não consigo imaginar uma visão dos direitos humanos que, por conveniência elimine a liberdade espiritual e a liberdade de poder viver a fé com dignidade, onde quer que o ser humano esteja e seja qual for a circunstância daquele ser humano”, disse ainda Paulo Portas.
O ex-político descreveu a situação de perseguição aos cristãos em várias partes do mundo, incluindo a Síria e o Iraque, mas também o Paquistão, Birmânia e China, sublinhando a importância do trabalho da fundação pontifícia AIS em garantir que os cristãos perseguidos não são, efetivamente, esquecidos.
“No ocidente não falamos muito disto, como se estes cristãos não fossem nossos vizinhos no mundo. Isso só mostra que o ocidente hoje em dia tem uma certa dificuldade em reconhecer a sua matriz fundadora. Este relatório, na verdade chama-se ‘Perseguidos e esquecidos?’, mas o trabalho da fundação AIS é muito importante para que nós, pelo menos por uns dias, possamos chamar-lhe ‘Perseguidos e lembrados’. Este relatório lembra quem está esquecido e sublinha quem é perseguido”, concluiu.
O relatório sobre perseguição religiosa é publicado de dois em dois anos pela Ajuda à Igreja que Sofre. Este relatório abrange o período entre junho de 2017 e junho de 2019.