06 nov, 2019 - 23:51 • Redação
A Obra Católica para as Migrações considera insuficiente o investimento nos centros de acolhimento a crianças refugiadas. O antigo ministro Rui Pereira diz que sem recursos não há forma de aplicar a lei.
No último ano e meio, sabe a Renascença, o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) perdeu o rasto a 66 menores, que chegaram sozinhos e pediram asilo a Portugal. Enquanto esperam pela resposta, ficam em regime aberto. Acabam por desaparecer.
A presidente da Obra Católica Portuguesa de Migrações, Eugénia Quaresma, defende a contratação de técnicos qualificados para apoiar os menores.
“Estas crianças são protegidas em regime aberto, mas é preciso um acompanhamento. É uma proteção que tem de ser feita na base de pessoas qualificadas, que consigam ajudar estas crianças a falar e, depois, melhorar estas casas de proteção, mas tem de ser com recursos humanos, é preciso investir mais nestes recursos humanos para proteger estas crianças”.
Um trabalho só possível com maior articulação entre as instituições, sublinha Eugénia Quaresma.
Notícia Renascença
No último ano e meio, o Serviço de Estrangeiros e (...)
Para Rui Pereira, antigo ministro da Administração Interna, sem recursos não há forma de aplicar a lei.
“O problema não é só de lei, é de existência de meios para acompanhar estas crianças, porque a existência de uma lei nos livros que depois não pode ser transformada em lei na prática, porque não existem meios, casas de acolhimento, educadores, pessoas que acompanhem estas crianças, é que é decisiva”, afirma o jurista.
O partido Pessoas, Animais e Natureza (PAN) quer saber se o MAI tinha conhecimento da situação e quais as diligências que pretende tomar.
A Renascença também tentou um esclarecimento junto do Ministério. Até ao momento, sem sucesso.