10 nov, 2019 - 11:51 • Ecclesia
O Papa assinalou este domingo no Vaticano a canonização de frei Bartolomeu dos Mártires, arcebispo português do século XVI, que apresentou como “grande evangelizador e pastor”.
“Hoje, em Braga, Portugal, celebra-se a Missa de ação de graças pela canonização equipolente de São Bartolomeu Fernandes dos Mártires”, disse aos peregrinos reunidos na Praça de São Pedro, para a recitação da oração do ângelus.
“O novo santo foi um grande evangelizador e pastor do seu povo”, acrescentou, pedindo uma salva de palmas de todos os presentes.
Francisco recordou também a beatificação, este sábado, da religiosa espanhola Maria Emilia Riquelme y Zayas, fundador das Irmãs Missionárias do Santíssimo Sacramento e de Maria Imaculada, “exemplar no fervor da adoração Eucarística e generosa no serviço aos mais necessitados”.
O anúncio da canonização de Frei Bartolomeu dos Mártires aconteceu a 6 de julho deste ano; no texto publicado pela Sala de Imprensa da Santa Sé refere-se que o Papa Francisco “aprovou os votos favoráveis” dos membros da Congregação para as Causas dos Santos e estendeu o culto litúrgico em honra ao arcebispo português a toda a Igreja, “inscrevendo-o no livro dos santos” por “canonização equipolente” (dispensando o milagre requerido após a beatificação).
O arcebispo português, que se afirmou como uma das vozes de referência no Concílio de Trento (1543 – 1563), foi declarado venerável a 23 de março de 1845, pelo Papa Gregório XVI, e beatificado a 4 de novembro de 2001, pelo Papa João Paulo II.
Frei Bartolomeu dos Mártires, de seu nome Bartolomeu Fernandes, nasceu em Lisboa a 3 de maio de 1514; foi arcebispo de Braga numa ocasião em que a arquidiocese incluía os territórios das dioceses de Braga, Bragança, Vila Real e Viana do Castelo.
O novo santo destacou-se pela sua missão pastoral à frente das comunidades católicas do Minho e de Trás-os-Montes, com especial relevo para o seu gosto pelas visitas pastorais às populações, a que dedicava grande parte do seu tempo.
Ao longo do seu percurso, D. Frei Bartolomeu dos Mártires ficou conhecido pela sua preocupação com a estruturação da Igreja Católica local, do clero às comunidades católicas, e pelo seu empenho nas causas sociais, de modo particular junto dos mais pobres e doentes, Depois de resignar em 1582, por motivos de idade, Frei Bartolomeu dos Mártires viria a falecer em 1590, no Convento de Santa Cruz, em Viana do Castelo.
A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) saudou o anúncio da canonização de D. Frei Bartolomeu dos Mártires, considerado um “grande modelo para a renovação da Igreja”.
A CEP publicou uma nota pastoral a 1 de maio de 2014, por ocasião dos 500 anos do nascimento (1514-1590) do antigo bispo da região que compreendia as atuais dioceses de Bragança-Miranda, Braga, Viana do Castelo e Vila Real.
No documento, os bispos portugueses realçavam que D. Frei Bartolomeu dos Mártires, “tendo vivido em tempos de uma enorme crise epocal, dentro e fora da Igreja, pode e deve ser visto como testemunha” para se acreditar que “a evangelização e as reformas na Igreja não só são necessárias como possíveis”.
Também o presidente da República se congratulou com a canonização de Frei Bartolomeu dos Mártires e afirmou que o antigo arcebispo de Braga é um “exemplo” para os crentes e um “orgulho” para “todos os portugueses”.