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Eutanásia. Igreja Católica não vai pedir referendo, mas lutará pelo "não" se houver consulta

14 nov, 2019 - 18:00 • Teresa Paula Costa

“A vida é importante até ao ultimo momento”, diz o presidente da CEP, D. Manuel Clemente, lembrando que há muito "para se fazer em termos de cuidados paliativos” e essa dever ser "a prioridade”.

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O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), D. Manuel Clemente, disse, esta quinta-feira, que a Igreja não pretende pedir a realização de um referendo à eutanásia, mas que, a realizar-se uma consulta, participará nas iniciativas a favor do "não".

“Que a Igreja o peça diretamente, não está na nossa agenda. Agora, que o assunto seja debatido, seja aprofundado e que se tome bem consciência por parte dos legisladores do que é que está em causa, isso faremos todo o possível,” afirmou D. Manuel Clemente, na conferência de imprensa que marcou o final da assembleia plenária da CEP, que decorreu desde segunda-feira, em Fátima.

Para D. Manuel Clemente “não se trata de um assunto, isto é um tema que nos toca a todos como seres humanos, extravasa em muito o âmbito confessional estrito”, além de ser “muito importante e grave.”

O também cardeal patriarca de Lisboa revelou que “outros países tem caminhado no sentido contrário - legalizar a eutanásia - e os números são assustadores.” Apontando o exemplo dos Países Baixos e da Bélgica, onde “há aumentos da ordem das centenas por cento desde que começaram”, D. Manuel acrescentou que “qualquer dia já não há qualquer barreira à prática da eutanásia”, o que significa que “a sociedade demite-se de acompanhar muitos dos seus membros exatamente quando eles mais precisam de ser acompanhados”, criando-se “uma mentalidade de desistência.”

Igreja continuará a participar em iniciativas em defesa do “não”

Embora não tenha intenção de pedir o referendo, caso haja consulta ao eleitorado, a Igreja participará ativamente na defesa do “não”, tal "como já aconteceu da outra vez".

Essa participção ativa passará “não só num documento formal da Conferência Episcopal [referência à nota pastoral "Eutanásia: o que está em jogo? Contributos para um diálogo sereno e humanizador"], mas também “com desdobráveis e com muitas sessões de esclarecimento.”

Reafirmando o princípio de que “a vida é importante até ao ultimo momento”, D. Manuel Clemente reforçou que “há tanto para se fazer em termos de cuidados paliativos” e “essa é que é a prioridade” que o Estado deve ter, na opinião dos bispos. D. Manuel lembrou também a necessidade de apoiar “as famílias e os cuidadores, que as vezes estão muito sozinhos para acompanhar esses casos”.

Comentários
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  • Vera Costa
    15 nov, 2019 21:33
    Sr.D. Manuel Clemente, nos peditórios de cada missa, peça às pessoas, que assinem e coloquem o nº de identificação, numa folhinha de papel, para ser guardada numa caixa, que os párocos entregarão no Patriarcado! Talvez seja uma boa ideia! o 'NÃO'! depois entrega-se na RR para ser divulgado via rádio. Depois, o resto logo se vê!...

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