10 dez, 2019 - 18:08 • Ecclesia
O bispo de Ouahigouya, no Burkina Faso, denunciou a perseguição aos cristãos no país africano, lamentando a indiferença da comunidade internacional perante a violência que tem marcado a vida da comunidade católica.
“O mundo deve olhar e ver o que está a acontecer no Burkina Faso. As potências ocidentais devem parar aqueles que estão a cometer esses crimes, não vendendo mais as armas que eles estão a usar para matar os cristãos. Nós estamos a ser perseguidos, mas mantemos a nossa confiança no Senhor”, referiu Justin Kientega, em declarações à fundação pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (AIS).
“Ninguém nos escuta”, lamentou ainda, apontando o dedo ao Ocidente, que “vende armas aos terroristas, em vez de os deter”.
O responsável falava depois da morte de 14 fiéis no primeiro dia de dezembro, numa igreja protestante na província de Fada N’Gourma, no leste do Burkina Faso, perto da fronteira com o Níger.
O bispo Justin Kientega fala numa “perseguição contínua”, ao longo dos últimos meses; calcula-se que, desde o início do ano, mais de 60 cristãos tenham assassinados no Burkina Faso.
Em novembro, o Papa alertou no Vaticano para a violência nesta nação, apelando ao diálogo entre autoridades civis e religiosas.
“Dirijo um pensamento especial à querida nação do Burquina Faso, que há algum é provada pela violência recorrente e onde recentemente um atentado custou a vida de quase cem pessoas”, disse.
O portal de notícias do Vaticano informa hoje o sequestro de dois sacerdotes católicos na Nigéria, outro país afetado por violência contra cristãos.
Os dois religiosos, padre Felix Efobi e padre Joseph Nweke foram vítimas de uma emboscada armada, na sexta-feira.