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Igreja de "corpo inteiro" na luta contra a eutanásia, dizem bispos

10 dez, 2019 - 16:55 • Lusa

A ideia não é insistir sobre o assunto nas homilias, diz o porta-voz da CEP, uma vez que a homilia “não é para isso”.

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A Igreja Católica está "de corpo inteiro" na luta contra a eutanásia, mas a sua ação não deve passar pelas homilias nas missas, admitiu esta terça-feira, em Fátima, o secretário da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), padre Manuel Barbosa.

"A questão das missas não foi equacionada, a homilia não é para isso. Pode haver alguma nota, não da Conferência [Episcopal], porque já a há, mas uma insistência para que todos nós, que não nos vamos demitir, estejamos envolvidos neste processo", disse o porta-voz da CEP, no final da reunião do Conselho Permanente da Conferência, que hoje decorreu no Santuário de Fátima.

Depois do anúncio de alguns partidos políticos de que a questão da eutanásia voltará ao plenário da Assembleia da República nos primeiros meses de 2020, o padre Manuel Barbosa admitiu que, "não por acaso", em 16 e 17 de março, "vai haver um grande encontro em Portugal, da Academia Pontifícia para a Vida, sobre cuidados paliativos".

"Não sei se vai coincidir com os debates [no Parlamento]", disse o secretário da CEP, acrescentando que os trabalhos da conferência vão ser divididos entre Lisboa e Fátima.

Quanto às ações que podem vir a ser assumidas contra a eutanásia, Manuel Barbosa sublinhou que a Igreja Católica trabalha "em conjunto com as organizações da sociedade civil que lutam contra a eutanásia, com as associações de médicos, de juristas, em conjunto com outras confissões cristãs, outras religiões".

Assim, "em conjunto, na altura, ou perto do debate, veremos o que fazer. É mais um ato importante onde nós estamos de corpo inteiro".

Manuel Barbosa referiu que, na reunião do Conselho Permanente, foi dada conta de que este é um tema que não ocupa a Igreja apenas em Portugal, tendo os bispos espanhóis aprovado recentemente um texto sobre o assunto.

Também em Espanha, a Igreja está a trabalhar num documento sobre proteção de menores e pessoas vulneráveis, disse.

Na reunião desta terça-feira o Conselho Permanente da CEP, presidido pelo patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, abordou as próximas Jornadas Mundiais da Juventude, a realizar em Lisboa em 2022, estando acertada a saída de uma nota pastoral antes da Páscoa, por forma a estar disponível no Domingo de Ramos, dia 5 de abril, data em que Portugal receberá das mãos do Papa Francisco a cruz e o ícone das Jornadas.

A cruz e o ícone iniciarão depois uma peregrinação por todas as dioceses portuguesas, estando também a ser equacionada a sua passagem por alguns países africanos de língua oficial portuguesa e por Espanha.

A preocupação face às dificuldades que afetam as Misericórdias e outras instituições particulares de solidariedade social, na sequência dos alertas deixados no fim de semana na Assembleia Geral da União das Misericórdias Portuguesas relativamente às instituições que têm unidades de cuidados continuados, e uma palavra sobre a necessidade de a "ecologia integral estar sempre presente" nas preocupações dos cristãos – a propósito da cimeira do clima que decorre em Madrid –, foram também deixadas por Manuel Barbosa aos jornalistas, embora estes dois assuntos não tenham sido discutidos na reunião.

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