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Igreja palestiniana pede oração dos portugueses neste Natal

18 dez, 2019 - 12:40 • José Pedro Frazão

Em entrevista à Renascença, o padre responsável pela paróquia de Ramallah sublinha o peso social da minoria cristã na Palestina enquanto prepara o Natal nos territórios ocupados.

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A Igreja de Ramallah, capital da Autoridade Palestinana, apela à oração dos portugueses para que a paz e a justiça cheguem à terra onde Jesus nasceu. Numa mensagem dirigida aos católicos portugueses através da Renascença, o Padre Jamal Khader pede que os “irmãos e irmãs” palestinianos estejam no pensamento dos crentes em Portugal.

“Irmãos e irmãs católicos em Portugal. Têm irmãos e irmãs a viver aqui. Somos o mesmo corpo de Cristo e por isso somos uma só Igreja. Cristo nasceu em Belém, na Palestina, há mais de 2000 anos. Daqui a Boa Nova se espalhou por todo o mundo. Continuamos a espalhar a Boa Nova com o nascimento de Cristo. Pedimos aos nossos irmãos e irmãs em Portugal que rezem por nós, que se lembrem de nós no Natal. Têm irmãos e irmãos que sofrem e que precisam de justiça e paz na terra onde Jesus nasceu, morreu e ressuscitou dos mortos. Feliz Natal para todos. Rezemos por todos nós”, apela o sacerdote responsável pela Igreja da Sagrada Família em Ramallah, cidade-sede da Autoridade Palestiniana.

O número de cristãos palestinianos vem decaindo fruto da ocupação dos territórios e de um êxodo relacionado com as guerras e a falta de condições económicas. O Padre Jamal sublinha a importância social da minoria cristã que estima em 60 mil a 70 mil crentes.

“Se virmos o trabalho da Igreja, o número de instituições que temos, o número de escolas, hospitais, universidades, etc, a nossa presença é muito mais sentida do que a nossa percentagem na população. É por isso que a nossa presença é importante e continua a ser importante para todo o país”, afirma o clérigo palestiniano que tem a seu cargo a Escola do Patriarcado Latino que remonta a 1858.

Manter viva a esperança

O trabalho junto dos jovens é decisivo, mas também junto dos mais necessitados, anota o pároco de Ramallah.

“Estamos a contribuir o máximo que podemos, mantendo viva a esperança para as pessoas, dando-lhes, quando é possível, trabalho, às vezes habitação, ajuda urgente financeira e também através da educação. Tentamos capacitar os jovens para estarem ao serviço de toda a sociedade e a construir um futuro melhor neste país´”, explica o Padre Jamal , lembrando que a Igreja é a terceira maior empregadora na Palestina, depois da Autoridade liderada por Mahmoud Abbas e da UNRWA, agência das Nações Unidas responsável pela assistência aos refugiados da Palestina no Médio Oriente.

A Igreja palestiniana detém uma escola em cada paróquia católica palestinana. Em Ramallah contabilizam-se sete escolas cristãs, incluindo três escolas católicas, número semelhante aos estabelecimentos de ensino que se contabilizam por exemplo em Gaza.

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  • Fernando Manuel Soares Loja
    19 dez, 2019 23:30
    LI com interesse o artigo sobre o pedido feito aos Católicos Portugueses para que se lembrem dos Católicos a viver em Ramallah. Mas fiquei confuso sobre o significado do título do artigo. "Territórios ocupados"? Ramallah é território ocupado? Desde que o Império Otomano ocupou a cidade os cristãos sempre ali viveram em maioria. Era território ocupado, sem dúvida, pelos muçulmanos turcos que foram expulsos quando perderam a I Guerra Mundial. Depois, com a guerra movida pelos Jordanos contra Israel por ocasião da independência de Israel, Ramallah foi ocupada pelos jordanos e até hoje, desde que os jordanos a ocuparam que a cidade. Será por isto que o articulista fala em território ocupados"

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