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Depois das “doenças”, Papa dá “antibióticos” à cúria romana

21 dez, 2015 - 10:50 • Aura Miguel

Entre as virtudes elencadas por Francisco estão a amabilidade, a caridade e a sobriedade, para conseguir renunciar à lógica consumista.

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Depois das “doenças”, Papa dá “antibióticos” à cúria romana

“Apesar das doenças que afectam a Igreja, a reforma continua”, diz o Papa Francisco.

Um ano depois de Francisco ter baseado a mensagem de Natal aos cardeais da cúria, num catálogo de “tentações e doenças curiais”, desta vez, a mesma ocasião serviu para lhes propor um “catálogo de 24 virtudes”, uma espécie de antibióticos para combater essas doenças.

Em Ano da Misericórdia, Francisco quer recuperar o essencial. Por isso propõe uma ajuda prática que serve para os cardeais da cúria e para toda a Igreja.

A extensa lista de virtudes, acompanhada de reflexões, inclui a idoneidade, a sagacidade, a dimensão espiritual e humana, o uso da razão e a amabilidade, a caridade e a verdade, a doação, a honestidade, a humildade, o ser fiel e a exemplaridade.

“Exemplaridade para evitar os escândalos que ferem as almas e ameaçam a credibilidade do nosso testemunho. Fidelidade à nossa consagração, à nossa vocação, lembrando-nos sempre das palavras de Cristo: ‘Quem é fiel no pouco, também é fiel no muito; e quem é infiel no pouco, também é infiel no muito’”.

Para a eficácia destas virtudes, é preciso ser sóbrio e renunciar à lógica consumista. “A sobriedade – última virtude deste elenco mas não em termos de importância – é a capacidade de renunciar ao supérfluo e resistir â lógica consumista dominante.”

“A sobriedade é prudência, simplicidade, essencialidade, equilíbrio e temperança. A sobriedade é contemplar o mundo com os olhos de Deus e com o olhar dos pobres e do lado dos pobres. A sobriedade é um estilo de vida, que indica o primado do outro como princípio hierárquico e manifesta a existência como solicitude e serviço aos outros. Quem é sóbrio é uma pessoa coerente e essencial em tudo, porque sabe reduzir, recuperar, reciclar, reparar e viver com o sentido de medida”, explica Francisco.

Fundamental é também a conversão e abertura de coração, muito mais decisiva do que todas as portas santas que já se abriram.

“É inútil abrir todas as Portas Santas de todas as basílicas do mundo, se a porta do nosso coração está fechada ao amor, se as nossas mãos estão fechadas para dar, se as nossas casas estão fechadas para hospedar e se as nossas igrejas estão fechadas para acolher. A atenção é o cuidado dos detalhes e a oferta do melhor de nós mesmos sem nunca cessar de vigiar sobre os nossos vícios e faltas.”

Novo vice-director da Sala de Imprensa

Também esta segunda-feira o Papa Francisco nomeou um novo vice-director para a Sala de Imprensa da Santa Sé.

O escolhido é o ex-jornalista americano Greg Burke, que foi durante anos vaticanista da Fox News, que foi contratado pela Santa Sé em Junho de 2012 para colaborar com o departamento de comunicação do Vaticano.

Burke, que é membro do Opus Dei, fica assim a ajudar o padre Federico Lombardi, jesuíta, no desafio de lidar com os jornalistas e transmitir as posições oficiais da Santa Sé.

O americano assume funções no dia 1 de Fevereiro de 2016.

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