11 fev, 2020 - 14:51 • Marta Grosso , Aura Miguel
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A Igreja portuguesa defende a realização de um referendo sobre a eutanásia. A decisão saiu do encontro desta terça-feira em Fátima. A Conferência Episcopal garante o apoio a todas “as iniciativas em curso contra a despenalização da eutanásia”.
“A opção mais digna contra a eutanásia está nos cuidados paliativos como compromisso de proximidade, respeito e cuidado da vida humana até ao seu fim natural”, defendem os bispos portugueses num comunicado divulgado após a reunião do Conselho Permanente da Conferência Episcopal.
Na mesma nota, recorda-se as palavras do Papa Francisco para o Dia Mundial do Doente, que se assinala nesta terça-feira, 11 de fevereiro: “Queridos profissionais da saúde: qualquer intervenção de diagnóstico, de prevenção, de terapêutica, de investigação, de tratamento e de reabilitação há de ter por objetivo a pessoa doente, onde o substantivo ‘pessoa’ venha sempre antes do adjetivo ‘doente’. Por isso, a vossa ação tenha em vista constantemente a dignidade e a vida da pessoa, sem qualquer cedência a atos como a eutanásia, o suicídio assistido ou a supressão da vida, mesmo se o estado da doença for irreversível”.
Os bispos lembram ainda “as suas anteriores tomadas de posição, nomeadamente na Nota Pastoral ‘Eutanásia: o que está em causa? Para um diálogo sereno e humanizador’, de 8 de março de 2016".
D. Anacleto Oliveira
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No final da reunião, em declarações aos jornalistas, o porta-voz da Conferência Episcopal insistiu que “a vida nunca é referendável”, mas ressalvou que o referendo é uma forma útil de defender a vida no seu todo.
"No fundo", afirmou, "é mais uma possibilidade em cima da mesa para alertar contra esta atitude de descartar as pessoas que sofrem ou estão no fim da vida".
Aos jornalistas, o padre Manuel Barbosa adiantou que a forma de incentivar a participação no referendo em cada diocese vai depender de cada bispo e destacou a importância da manifestação que vai haver na quarta-feira.
De cariz religioso ou não, o porta-voz da Conferência Episcopal defende que o importante é protestar contra a eutanásia e apostar, sobretudo, nos cuidados paliativos.