06 fev, 2020 - 01:24 • Ecclesia
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O presidente do Conselho das Conferências Episcopais da Europa (CCEE) afirma que qualquer legalização da eutanásia e suicídio assistido “é uma derrota para a humanidade”, falando no contexto do debate parlamentar de 20 de fevereiro em Portugal.
“O homem não é um objeto. O doente, a pessoa que se prepara ao passo final da vida terrena, geralmente, como nos dizem os médicos, não têm medo da morte, mas de estarem sós”, disse o cardeal Angelo Bagnasco ao jornal portuense ‘Voz Portucalense’ em declarações à Agência Ecclesia.
“É mais um passo no mundo ocidental contra a pessoa humana, porque a vida é sagrada, no sentido em que ninguém pode dispor dela como se fosse um objeto”, afirmou o presidente do CCEE.
O arcebispo de Génova, em Itália, que esteve em Portugal esta semana, nas Jornadas de Teologia no Porto, salientou que a lei sobre a eutanásia, como sobre o suicídio assistido, “é uma derrota para a humanidade”.
“Em vez de ser solidária em todos os momentos, especialmente, os de maior dificuldade e sofrimento, retira-se, entregando o indivíduo a si próprio”, explicou o cardeal Angelo Bagnasco, à margem das Jornadas de Teologia no Porto.
A Assembleia da República agendou para 20 de fevereiro o debate dos projetos do BE, PS, PAN e PEV sobre a despenalização da eutanásia em Portugal.
Em declarações à Renascença, o bispo do Porto, D. Manuel Linda, afirmou que a vida não é referendável, mas acrescentou que seria "deplorável" que o Parlamento aprovasse a eutanásia no próximo dia 20 de fevereiro.
A Federação Portuguesa Pela Vida vai promover uma concentração a 20 de fevereiro, pelas 12h30, no Largo de São Bento.
Em 2018, a Assembleia da República debateu projetos de despenalização da morte medicamente assistida do PS, BE, PAN e Verdes, que foram chumbados numa votação nominal dos deputados.
Em 2016, a CEP publicou a Nota Pastoral ‘Eutanásia: o que está em causa? Contributos para um diálogo sereno e humanizador’, na qual os bispos católicos afirmam que “nunca é absolutamente seguro que se respeita a vontade autêntica de uma pessoa que pede a eutanásia”.