19 fev, 2020 - 13:59 • Ana Lisboa
Uma carta aberta contra a eutanásia vai ser entregue esta tarde aos grupos parlamentares por jovens ligados aos Centros Universitários dos Jesuítas.
Dizem que partilham com quem apresenta os projetos de lei, “a preocupação com o sofrimento, a doença, a dignidade, a solidão e a dificuldade de lidar com a morte”.
No entanto, consideram que a “morte assistida, nas formas de eutanásia e suicídio medicamente assistido, não é uma resposta adequada a estas questões, sendo que a sua aprovação no Parlamento poderá constituir um irremediável erro que ainda é possível prevenir”.
Nesse sentido, vão pedir aos deputados que votem contra os projetos de lei sobre a despenalização da eutanásia ou, se possível, que retirem os projetos.
As instituições da Igreja não vão praticar morte a(...)
Contactados pela Renascença, os jovens avançam vários argumentos. “Por exemplo, achamos que não é uma questão de liberdade individual, porque serão sempre terceiros a decidir e a pôr em prática a questão da eutanásia”, alega o porta-voz Miguel Louza Viana, que acrescenta “a pessoa perde a liberdade no momento em que pede para morrer”.
Por outro lado, admitem que “podemos cair no risco de rampa deslizante, como vimos acontecer na Holanda e na Bélgica. E achamos que isso não seria um bom caminho para Portugal. Para além do facto de nenhum dos deputados nos poder garantir que a lei será posta em prática na perfeição”, reconhece este responsável.
Na carta, os jovens dizem ainda que a “eutanásia torna a morte assistida num ato médico, mas também num ato jurídico, objeto de uma legislação que transforma profissionais de saúde em juízes da vida e da morte. (…) Mas se a lei for incorretamente aplicada, o resultado é a morte indevida de alguém. E esse erro é irremediável, pois a morte é irremediável”.
Recorde-se, que a Assembleia da República agendou para esta quinta-feira, 20 de fevereiro, o debate dos projetos do PS, BE, PAN, PEV e IL sobre a despenalização da eutanásia em Portugal.