26 fev, 2020 - 09:58 • Redação com Ecclesia
O Papa manifestou, esta quarta-feira, a sua "proximidade" para com as pessoas afetadas pela epidemia de coronavírus.
"Desejo exprimir novamente a minha proximidade para com os doentes do Coronavirus e aos profissionais de saúde que deles cuidam, bem como às autoridades civis e a todos aqueles que se empenham a assistir os pacientes e a parar o contágio", disse Francisco, na audiência pública semanal, no Vaticano, que decorreu ao ar livre, evitando concentrações em espaços fechados, como o auditório Paulo VI.
Em Quarta-feira de Cinzas, Francisco centrou a sua intervenção no período da Quaresma, que hoje tem início, convidando os católicos a “desligar” os ecrãs e dedicar tempo à Bíblia e à caridade.
“A Quaresma é o tempo propício para dar lugar à Palavra de Deus. É o tempo para desligar a televisão e abrir a Bíblia. É tempo para desligar-se do telemóvel e conectar-se ao Evangelho”, declarou.
“Não é fácil fazer silêncio no coração”, assumiu o Papa, desafiando os crentes a “renunciar a palavras inúteis, a bisbilhotices”, combatendo um ambiente “poluído” pela violência verbal, “que as redes ampliam”.
“É tempo para falar tu a tu com o Senhor”, apontou, apelando à oração e ao que chamou de “ecologia do coração”.
A intervenção partiu do simbolismo do deserto, na Bíblia, sublinhando que este remete hoje para quem vive na solidão e no abandono.
“Quantos pobres e idosos estão ao nosso lado e vivem no silêncio, sem fazer barulho, marginalizados e descartados”, lamentou o pontífice.
“O caminho no deserto quaresmal é um caminho de caridade em direção aos mais fracos”, acrescentou.
A Quaresma é um tempo de 40 dias que tem início hoje com a celebração de Cinzas, marcado por apelos ao jejum, partilha e penitência, que serve de preparação para a Páscoa, a principal festa do calendário cristão.
Logo, a partir das 16h30, o Papa preside à Missa de Quarta Feira de Cinzas.