“Talvez estejamos a celebrar a melhor Páscoa da nossa vida. Vamos aproveitá-la”, afirma D. Anacleto Oliveira na mensagem em que incentiva os cristãos a saberem tirar partido da atual situação de isolamento.
“Com a declaração do estado de emergência nacional vai agravar-se, para a grande maioria de nós, uma situação a que não estávamos habituados: a fazer a vida em casa. Reparem bem: a vida. Isto significa que, mesmo nestas circunstâncias, temos de continuar a viver. Há, para isso, que aproveitar a situação, para fazermos dela fonte de vida. Quem sabe, uma vida até mais verdadeira”, escreve o bispo de Viana do Castelo.
“Uma coisa deve ser intocável para nós: o respeito pelas normas que nos obrigam a estar em casa. Só assim se evita o temido contágio e a morte que ninguém deseja. Só assim eu amo a vida, a minha e a dos outros. Por isso, fiquemos mesmo em casa”, sublinha ainda o prelado, que aconselha as famílias a organizarem o dia-a-dia, sobretudo quem tem crianças.
Tempo para a oração
“Passar o tempo à deriva, ao ritmo do que me vai apetecendo, tornar-se-á aos poucos fastidioso, insuportável”, refere D. Anacleto Oliveira, que considera fundamental que os cristãos reservem momentos para a oração.
“Refiro-me à oração individual e em família: com pais e filhos ou apenas com marido e esposa. A partir de agora vamos ter, não só muito mais tempo para isso, mas também uma ótima e proveitosa maneira de o ocupar, a sós e com aqueles que formam o nosso núcleo familiar”, afirma.
D. Anacleto propõe mesmo “que se que definam momentos e lugares de oração”, que sejam preparados “com textos, preferencialmente bíblicos, e símbolos”, para que “o espaço em que rezamos em casa, se pareça com o de uma igreja e a família seja o que deve ser: uma Igreja doméstica, como família cristã que é”.
A mensagem lembra, ainda, que é possível acompanhar eucaristias e outras celebrações através dos meios de comunicação tradicionais e pela internet, mas que isso deve ser feito com empenho: “vestindo-nos do mesmo modo como quando vamos à igreja e fazendo os mesmos gestos que se fazem na igreja. Se assim for, será uma verdadeira Missa, excetuando na comunhão eucarística que, nestas circunstâncias, terá de ser espiritual”.
Para o bispo de Viana do Castelo esta pode ser uma boa ocasião para os cristãos se ensinarem uns aos outros. “Troquemos ideias e experiências – como vários sacerdotes e fiéis leigos já estão a fazer – e teremos ainda mais o que é essencial à vida, agora mais do que nunca, nesta guerra em que todos nos encontramos”.
Na mensagem D. Anacleto Oliveira refere-se, ainda, a todos os que “por dever de ofício terão de continuar a trabalhar”, em particular os profissionais de saúde. “Obrigado pelo que fazeis por nós. Iremos rezar por vós”.