20 mar, 2020 - 22:08 • Eunice Lourenço
Os bispos portugueses convocam todas as dioceses para uma oração do rosário “pelas intenções de todo o mundo e em particular de Portugal, nesta situação dramática que estamos a passar devido ao coronavírus Covid-19”. Essa oração vai decorrer no dia 25, dia da solenidade da Anunciação.
“A oração do Rosário, transmitida por várias plataformas digitais de rádio e televisão, terá início às 18h30 horas na Basílica de Nossa Senhora do
Rosário do Santuário de Fátima e será presidida pelo Cardeal António
Marto, Bispo de Leiria-Fátima e Vice-Presidente da Conferência Episcopal
Portuguesa”, lê-se no comunicado da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), que também adianta que, a seguir à oração do Rosário, D. António Marto “fará a renovação da consagração de Portugal ao Sagrado Coração de Jesus e ao Imaculado Coração de Maria”.
O comunicado termina com um convite a todos os fieis para que se associem a este momento de comunhão: “A partir das nossas casas procuremos estar em sintonia espiritual nesta oração do Rosário e consagração de Portugal.”
A CEP também prepara já a circunstância de Portugal chegar à Páscoa, que este ano se celebra a 12 de Abril, com as medidas de restrição em vigor, pelo que, noutro comunicado e no seguimento do que o Vaticano já hoje determinou, estabelece que celebrações podem e devem ser feitas e como.
Esse comunicado começa por lembrar que “nos tempos difíceis” que Portugal e boa parte do mundo estão a viver, a CEP reafirma as determinações expressas no Comunicado do dia 13 de março, nomeadamente a “suspensão da celebração comunitária da Santa Missa até ser superada a atual emergência”.
Depois, conforme o Decreto da Congregação do Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, recebido pelos bispos esta sexta-feira, a Conferência Episcopal dá as indicações do que fazer
“A data da Páscoa, que é Coração do ano litúrgico e não uma festa como as outras, não pode ser transferida”, começam por lembrar os bispos, que apelam a que “a celebração dos mistérios litúrgicos do Tríduo Pascal, sem a participação física dos fiéis, aconteça no cumprimento das deliberações das autoridades civis e de saúde e segundo a real possibilidade”.
Os bispos vão dar indicações para que as celebrações do Tríduo Pascal decorram nas catedrais e nas igrejas paroquiais, mas só com as presenças dos bispos e dos padres. Os fiéis devem ser avisados da hora de início dessas celebrações para que “se possam unir em oração nas respetivas habitações”.
A transmissão dessas celebrações nas várias plataformas em que pode acontecer deve ser em direto.
Cada bispo diocesano pode decidir adiar a Missa Crismal (missa da manhã de quinta-feira santa em que são benzidos os óleos e consagrado o óleo do Crisma) para uma data posterior.
Também cada bispo pode decidir “o que achar oportuno em relação à celebração dos mistérios litúrgicos do Tríduo Pascal nos mosteiros, seminários e comunidades religiosas, assim como a possibilidade de transferir para datas mais convenientes as expressões de piedade popular e as procissões que enriquecem os dias da Semana Santa e do Tríduo Pascal”. Ou seja, procissões dos passos e o tradicional compasso pascal podem ter lugar noutra altura, provavelmente em Setembro por ocasião da festa da exaltação da santa cruz.