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Bispo do Algarve. “Se falta o turismo corremos o risco de asfixiar”

26 mar, 2020 - 06:45 • Gastão Costa Nunes, com Ângela Roque

D. Manuel Quintas diz que este é o tempo de cuidar uns dos outros, mas não esconde preocupação com o impacto económico da pandemia na região, e espera que a União Europeia “mostre aquilo que vale”, não abandonando cada país “à sua sorte”.

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Apesar das preocupações com a Covid-19, o bispo do Algarve transmite uma mensagem de esperança e otimismo aos algarvios. Em declarações à Renascença, D. Manuel Quintas diz que o tempo é de “acreditar e olharmos uns pelos outros”.

"Não vai ser fácil ultrapassar esta situação, mas vamos continuar a confirmar na fé, a fortalecer na esperança, a despertar para a solidariedade e para a caridade, para a atenção aos outros, para o bem comum, para uma corresponsabilidade no combate a este vírus, não se deixando contagiar e não contagiando outros".

Depois da pandemia podem surgir tempos muito complicados para a economia da região, como já aconteceu na última crise. “Evitámos - não sozinhos, naturalmente - que as consequências do desemprego fossem maiores, socorrendo ao nível da alimentação, com refeitórios sociais e cantinas”, lembra o bispo, que diz ter esperança. “Quero acreditar que não vamos chegar a essa situação”.

Mas, numa região muito dependente do turismo, D. Manuel Quintas não esconde a preocupação. É preciso que este setor não seja muito afetado, já que “é o ar” do Algarve. "Aqui, se falta o turismo, corremos o risco de ficar asfixiados, e disso trazer consequências muito gravosas para as famílias e também para a sociedade algarvia em geral”, refere.

O bispo do Algarve espera, por isso, que a União Europeia tenha um comportamento consentâneo com o seu estatuto. “Todos esperamos que a União Europeia, de facto, mostre aquilo que é e o que vale em circunstâncias como esta. Não pode abandonar cada país à sua sorte.”

Sobre a maneira atual de celebrar, sem fiéis nas igrejas, o bispo do Algarve confessa um certo desconforto. "Fica sempre uma sensação, não digo de vazio, mas de desconforto, porque nada substitui o celebrar com a comunidade, com a família que nós constituímos dentro das paróquias ou a nível diocesano. Há sempre um desconforto no fim, apesar da adesão e do retorno serem expressivos".

Padre algarvio internado nos cuidados intensivos

Na segunda-feira, dia 23 de março, o padre Vasco Figueirinha, de 32 anos, foi internado nos cuidados intensivos do Hospital de Faro.

O prefeito do seminário de Faro, que testou positivo ao novo coronavírus, já se encontrava de quarentena há 12 dias, e estava a ser seguido por médicos, mas o seu estado de saúde agravou-se e teve de ser transportado para o hospital. Ao que a Renascença apurou, encontra-se “estável”.

A diocese do Algarve não tem registo de mais casos entre o clero, nem nas suas instituições sociais.

À semelhança do que acontece por todo o país, também as paróquias algarvias têm procurado estar próximas dos fiéis, com momentos de oração regulares online, nomeadamente no Facebook.

A semana passada as paróquias de Loulé anunciaram que as festividades de Nossa Senhora da Piedade, popularmente evocada como Mãe Soberana, não se realizarão este ano. No Domingo de Páscoa a imagem será conduzida da Ermida para o Santuário, onde permanecerá quinze dias. A 26 de abril regressará à Ermida.

Gráfico com a evolução do coronavírus em Portugal

Comentários
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  • Diogo Pinto
    26 mar, 2020 Transfulhe 10:40
    Pois aqui coloca-se o problema ( 2, 1 ,0 ) 2- Queremos um país que não dependa exclusivamente de um sistema de produção ; 1- Quando um país sofre de não liderança , o procurar do bem comum , faz com que as soluções sejam poucas , e , á que relatar mais consenso é á aprovada ( Turismo ) 0 - Portugal é um país , diria acolhedor , tem um espaço geográfico reduzido , um interior muito pouco aproveitado , explorando excessivamente á sua orla costeira , tanto pelo sector público como pelo sector privado . Daqui se nota á ausência de um plano , de um modelo , que permita á este país ser gerido de dentro para fora e não de fora para dentro . Excetuando alguns casos , são poucas as empresas portuguesas que se arriscam na hotelaria fora de portas e , muitas , as cadeias estrangeiras , internacionais , que fazem do espaço geográfico português um lugar de pousio . Bom dia sr. padre . Tenha um bom resto de semana . Respeitosos cumprimentos !

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