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Covid-19

Obrigado. D. Américo Aguiar agradece “entrega, saber e afetos” de instituições em tempo de coronavírus

26 mar, 2020 - 14:34 • Marta Grosso

“Testemunhei o quanto trabalhais no limite da dignidade das pessoas que servis” e “bem sei o quanto amais esses velhinhos, avós e pais de todos nós”, escreve o bispo auxiliar de Lisboa, dirigindo-se aos funcionários das instituições e sociais e caritativas do Patriarcado.

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O bispo auxiliar de Lisboa escreveu uma carta de agradecimento aos funcionários das instituições e sociais e caritativas do Patriarcado, que estão reunidas na Federação Solicitude.

“Quero neste momento em particular, dizer OBRIGADO a cada um de vós”. Reconhecendo a “entrega, dedicação e heroicidade de tantos, tantíssimos, sempre ao serviço dos mais desfavorecidos, em lares, creches, infantários, ensino especial, hospitais, serviços prisionais, apoio domiciliário e tantos outros serviços”, D. Américo Aguiar reconhece que a missão se tornou mais desafiante agora, com a “pandemia do maldito coronavírus”.

“A fidelidade ao SIM de cada dia que nos permitia alegria matinal no acolhimento de cada irmão e irmã, ganha agora uma exigência e força suplementar”, reconhece.

Por isso, um agradecimento reforçado, dirigido a cada um, “individualmente, às vossas famílias, aos vossos agregados familiares, mais ou menos alargados”, mas também à “retaguarda familiar”: “obrigado aos maridos, às esposas, aos filhos, a todos os que ficam sozinhos em casa para que possais dizer presente no vosso posto de trabalho”.

“Ao medo de contagiarmos e de nos contagiarmos, respondemos com a Força que nos vem d’Ele. Sabemos que ao servirmos os mais pequenos, os mais frágeis, os últimos, o servimos a Ele”, sublinha o bispo auxiliar.

D. Américo Aguiar diz-se “emocionado” com o trabalho desenvolvido em todas as vertentes, mas, nesta altura, em particular com o trabalho nos lares. “Fazem-me chorar interiormente…”

“Testemunhei o quanto trabalhais no limite da dignidade das pessoas que servis, das higienes pessoais à alimentação, dos cuidados de enfermagem e médicos ao gigante muro das faltas de paciência… bem sei o quanto amais esses velhinhos, avós e pais de todos nós”, escreve.

O pagamento ao final do mês “não traduz o quanto vos somos devedores como sociedade e como família alargada”, admite, acrescentando que o Patriarcado não tem “meios que possibilitem darmos mais”.

Ainda assim, “podemos ser gratos, podemos e devemos cada dia, todos os dias, agradecer a todos e a cada um, a sua entrega, o seu saber, os seus afetos” – porque “é de uma rede de afetos que falamos desde o início”, sublinha.

Defendendo que “é no reconhecimento do rosto e da voz do outro que nos vamos fazendo como pessoas”, D. Américo Aguiar reforça que cada um dos funcionários destas instituições “tem no seu rosto, nas suas mãos, no seus cabelos brancos, o nome e a história de vida de cada um dessas irmãs e irmãos que servimos”.

“Peço ao Pai do Céu que vos abençoe, fortaleça e proteja. Que o Sagrado Coração de Jesus e o Imaculado Coração de Maria, a quem ontem nos consagramos sejam Presença ao lado de cada um e rosto dos que gritam por nós”, termina.

As instituições e sociais e caritativas do Patriarcado de Lisboa, estão reunidas na Federação Solicitude: Federação dos Centros Sociais e Paroquiais e Outras Entidades Canónicas de Ação SócioCaritativa, Formação, Ensino e Saúde, criada em 2017.

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