03 abr, 2020 - 22:38 • Lusa
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A Obra Vicentina de Auxílio aos Reclusos - Sociedade de S. Vicente de Paulo considerou esta sexta-feira positiva a intenção de libertar reclusos antes da conclusão da pena devido à pandemia de Covid-19, mas alertou para eventuais esquecidos.
Em comunicado, o presidente da Obra, Manuel Hipólito Almeida Santos, sublinha que, apesar de desconhecer o texto do diploma que o Governo vai submeter à AR,”é positivo libertar reclusos”, mas lamenta que “não foi dada a conhecer a aplicabilidade do perdão de penas aos jovens que se encontram nos Centros Educativos de Menores”.
Afirma igualmente que “também não foi referido tal aplicabilidade a quem se encontra em prisão preventiva” e que “há a omissão da consideração particular das mães reclusas com filhos menores”.
Direção-Geral de Reinserção Social e Serviços Pris(...)
No caso destas mães, a Obra Vicentina sugere que se aplique o previsto nas Regras de Banguecoque, da Nações Unidas, que referem: “Relativamente à exclusão do perdão de penas a quem se encontra a cumprir pena pela prática de crimes considerados mais graves, importa ter em conta que estas pessoas já foram condenadas em penas de muito alta duração, tendo em conta a natureza do crime, pelo que a sua exclusão traduz-se num duplo castigo (o não benefício dum perdão equivale a um castigo), infringindo o princípio de que ninguém pode ser duplamente castigado pelo mesmo crime”.
“É de relevar que a aprovação das medidas anunciadas traduz-se numa redução do tempo médio de cumprimento de pena, aproximando-nos da média da União Europeia, o que é de saudar”, conclui a nota.
No comunicado, a Obra Vicentina de Apoio aos Reclusos afirma que já deu hoje conta da sua posição à Presidência da República, à ministra da Justiça e aos deputados da Assembleia da República (AR).
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de um milhão de pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 57 mil.
Dos casos de infeção, mais de 205 mil são considerados curados.
Coronavírus
Perdão não abrange os crimes mais graves, nomeadam(...)
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
O continente europeu, com cerca de 587 mil infetados e quase 42 mil mortos, é aquele onde se regista o maior número de casos, e a Itália é o país do mundo com mais vítimas mortais, 14.681 óbitos em 119.827 casos confirmados até hoje.
Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 246 mortes, mais 37 do que na véspera (+17,7%), e 9.886 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 852 em relação a quinta-feira (+9,4%).
Dos infetados, 1.058 estão internados, 245 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 68 doentes que já recuperaram.
Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até ao final do dia 17 de abril, depois do prolongamento aprovado na quinta-feira na Assembleia da República.
Além disso, o Governo declarou no dia 17 de março o estado de calamidade pública para o concelho de Ovar.