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​Jesuítas reforçam presença cultural na China

21 abr, 2020 - 16:34 • Aura Miguel

Um gesto de amizade no espírito de Matteo Ricci, sacerdote jesuíta, missionário na China, cientista, cartógrafo e muito conceituado pela Dinastia Ming, que morreu em Pequim no ano de 1610.

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Por ocasião dos 170 anos, a histórica revista jesuíta ”La Civiltà Cattolica“, resolveu avançar com uma nova edição em língua chinesa simplificada (G 文明, Gōngjiào wénmíng). Os editores explicam esta iniciativa, ”face ao papel que da língua chinesa no contexto global de hoje“ e, sobretudo, como um "gesto de amizade no espírito de Matteo Ricci”.

Matteo Ricci, foi um sacerdote jesuíta, missionário na China, cientista, cartógrafo e muito conceituado pela Dinastia Ming, que morreu em Pequim no ano de 1610.

A revista italiana, com edições em inglês, espanhol, francês e coreano, poderá agora ser lida também na China através de um endereço na internet. O site está dividido em quatro seções: Notícias (新闻), Mundo (观 世界), Reflexão Cristã (基督教 文化 研究) e Cultura (文化 及 评论).

No editorial, o diretor António Spadaro, refere que "num mundo dividido como o nosso, a obra de Matteo Ricci é a imagem ideal da harmonia de uma terra em paz” e espera que também a sua revista "se torne, de certo modo, num mapamundo”.

Esta primeira edição em chinês inclui artigos sobre o acordo entre a China e a Santa Sé; sobre o catolicismo na China no século XXI e um estudo sobre a Doutrina Social da Igreja na China, entre outras notícias de actualidade.

Face aos sucessivos esforços de aproximação do Papa Francisco à China, sobretudo depois da assinatura de um acordo entre o Vaticano e a China com vista à regularização da Igreja naquele país, esta revista não surge por acaso. É que os detalhes desse acordo nunca foram publicados e as feridas causadas à Igreja desde a revolução maoísta ainda estão vivas.

Esta iniciativa dos jesuítas é vista como mais um ”estender de mão” à China, nesta fase complexa da vida dos milhões de católicos que lá vivem.

O Secretário de Estado do Vaticano já elogiou a iniciativa. Num carta ao diretor António Spadaro, o cardeal Pietro Parolin espera que a edição chinesa da revista ajude a "escrever novas páginas, fruto do encontro amigável com a rica tradição do povo chinês" e que venha a ser ”uma ferramenta sólida para o enriquecimento cultural e científico dos que buscam beleza e verdade", com o objetivo de construir "uma civilização autêntica de diálogo aberto e paz duradoura entre todos os povos do mundo".

Num recente encontro com os autores que colaboram na “La Civiltà Cattolica, o Papa Francisco recordou-lhes que a sua tarefa "é construir pontes e estabelecer um diálogo com todos os homens, não apenas com os crentes, mas também com aqueles que têm um respeito particular pelos altos valores humanos".

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