21 abr, 2020 - 07:00 • Henrique Cunha
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Criado em 2009, em plena crise financeira, o serviço “porta Solidária” da Paróquia Senhora da Conceição, no Porto, chegou a servir, no pico das dificuldades, cerca de 300 refeições por dia. Com o passar do tempo e a diminuição das necessidades, o serviço estabilizou nas 160 refeições; e era esse o número médio em 2019.
Mais recentemente, porém, a crise provocada pela pandemia fez crescer de forma galopante a procura, levando a paróquia a servir cerca de 400 refeições diárias. O padre Rubens Marques dá o exemplo do último domingo, 19 de abril em que se chegou “a servir 403 pessoas”.
O pároco da Senhora da Conceição explica que “no ano de 2019 estávamos a servir 160 pessoas por dia, sempre ao jantar” e que “com o aparecimento desta epidemia, e com a situação de emergência, isto subiu de modo abismal porque estamos agora com médias de 380 ou 390 por dia”.
Para além da refeição quente, a “Porta Solidária” fornece um kit alimentar para o dia seguinte, num serviço que conta desde a primeira hora com o apoio de “várias empresas e de muitas pessoas – não só paroquianos – mas de muitas partes, mesmo de fora da cidade do Porto que nos chegam com grandes ofertas de alimentos não perecíveis”.
Isto permite que “para além da refeição quente e da sopa possamos servir um kit que na nossa perspetiva seria para o dia seguinte e que leva sempre três sandes, três peças de fruta e um iogurte”.
Nos moldes atuais, e contando com a ajuda de que já dispõem, o Padre Rubens acredita que é possível manter este nível de apoio durante mais dois ou três meses. “Neste momento com as ofertas que temos penso que poderemos ainda ajudar algumas famílias de modo que não venham aqui procurar a refeição mas venham procurar um cabaz de alimentos para que depois possam cozinhar em casa”, esclarece o pároco da Senhora da Conceição que admite haver “perspetivas de manter durante os próximos dois meses, máximo três, esta ajuda tal qual como está” a que se vem acrescentar o apoio dado às famílias.
A “Porta Solidária” promete assim continuar aberta, não obstante a quarentena, para apoiar sem abrigo e necessitados na zona do Marquês, no Porto.