22 abr, 2020 - 21:11 • Olímpia Mairos
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Na mensagem à diocese, intitulada “Em tempo de Vésperas”, o bispo da Diocese de Bragança-Miranda afirma que, “em tempos da pandemia da Covid-19, os mais velhos são os mais vulneráveis, tanto em suas casas como nos lares de idosos”, sublinhando que “muitos confidenciaram que o maior medo era o de ficarem infetados e de se sentirem sós e abandonados nos hospitais, nas casas ou nos lares”.
“No pós-pandemia, a linha da frente vai transferir-se dos hospitais para a IPSSs”, alerta o prelado, considerando que estas “não podem ser vistas como unidades de saúde e onde já se trava uma dura batalha no cuidado com os nossos queridos mais velhos”.
“São cada vez mais evidentes as dificuldades: financeiras, contratação de colaboradores com perfil ajustado às necessidades e outras”, alerta D. José Cordeiro.
Para o bispo de Bragança-Miranda, “os desafios e as exigências tornam-se cada vez maiores, a precisar de maior apoio, investimento e aumento das comparticipações do Estado”.
“O Governo deverá repensar e mudar a atitude, valorizando o setor social e solidário, garantindo condições de sustentabilidade às IPSSs, que são as primeiras a garantir a salvaguarda de uma sociedade mais justa e fraterna”, considera o prelado.
“Em tempo de vésperas de sairmos do túnel, que atravessamos juntos e nos confinou por causa da pandemia da Covid-19, acelera a mudança epocal? Será que a esta pandemia viral se seguirá uma pandemia de solidariedade e fraternidade na construção do bem-comum e na promoção e defesa da dignidade da pessoa humana? E reforçam-se os valores fundamentais da família, da educação, da sobriedade, da comunidade e da ecologia?”, questiona D. José Cordeiro.
Na sua mensagem, o bispo alude ainda ao “tempo de vésperas para o encontro real e progressivo da celebração comunitária da fé da Igreja” e pede que abram as igrejas na diocese. Na Liturgia da Igreja, explica, “as Vésperas estão ligadas com a tarde que concluiu o dia e inicia a noite e recorda a obra da redenção na liberdade e na partilha”.
“Enquanto esperamos as próximas orientações da Conferência Episcopal Portuguesa, ‘com a retomada possível e gradual das celebrações comunitárias da Eucaristia e outras manifestações cultuais’, abram-se as igrejas, onde possível, que estiveram fechadas ou desprovidas de acolhimento e que impediram o encontro com ‘Jesus escondido’”, conclui o bispo transmontano.