28 abr, 2020 - 10:03 • Aura Miguel
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Na missa desta terça-feira na Casa Santa Marta, Francisco rezou para que o povo de Deus seja obediente às disposições com vista ao fim do confinamento, bem como a “não cair no pequeno linchamento diário do mexerico, que provoca falsos julgamentos sobre as pessoas”.
“Neste tempo, em que se começa a ter disposição para sair da quarentena, rezemos ao Senhor para que dê a seu povo, a todos nós, a graça da prudência e da obediência às disposições, para que a pandemia não volte”, disse.
As palavras de Francisco surgem numa altura em que vários países começam a aliviar as restrições e em plena polémica entre os bispos italianos e o governo de Itália, que continua a proibir a presença física dos fiéis na celebração das missas.
Apesar das disposições determinadas pelo Governo italiano para sair gradualmente do confinamento, não foi ainda autorizada a celebração de missas.
Isso provocou uma dura reação da Conferência Episcopal Italiana (CEI) que, numa declaração contra o Governo do primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, denunciou que “a liberdade de culto” estava a ser violada.
Seguindo o conselho do comité técnico-científico de Itália, encarregado de preparar o plano de reabertura do país, foi decidido que não era seguro permitir cerimónias religiosas, embora os funerais com até 15 pessoas tenham sido autorizados.
Por outro lado, o Papa Francisco dedicou a homilia de hoje aos falsos testemunhos e afirmou que é “uma bestialidade” usá-los para “fazer justiça”.
“Os falsos testemunhos, calúnias, que incitam as pessoas a fazer justiça, são um verdadeiro linchamento”, apontou, dando o exemplo da cristã paquistanesa Asia Bibi, julgada por calúnia e que ficou muitos anos na prisão.