04 mai, 2020 - 12:41 • Ângela Roque
O reitor do Santuário de Fátima saudou, nesta segunda-feira, os peregrinos que este ano não poderão estar fisicamente na Cova da Iria, para o 12 e 13 de Maio, conforme decisão anunciada a 6 de abril e reafirmada no domingo pelo bispo de Leiria-Fátima, cardeal António Marto.
Numa mensagem vídeo, o padre Carlos Cabecinhas diz que “este é um momento doloroso” para todos e para o próprio Santuário, que “existe para acolher os peregrinos e não o podermos fazer é motivo de grande tristeza”. Mas sublinha que é também “um ato de responsabilidade com os peregrinos, defendendo a sua saúde e o seu bem-estar”.
“Tomar agora esta decisão dolorosa significa procurar criar condições para podermos retomar, o mais rapidamente possível, as peregrinações a este lugar”, destaca.
Assim, as celebrações de 12 e 13 de Maio vão decorrer no recinto do Santuário de Fátima, mas o espaço estará encerrado, devido às regras sanitárias definidas pelo Governo no contexto da declaração do estado de calamidade pública, em articulação com a Conferência Episcopal Portuguesa, que impedem as celebrações religiosas com a presença de fiéis.
O reitor do santuário pede, por isso, aos cristãos que não se desloquem a Fátima. “Neste maio, pedimos-vos que não venhais nos dias 12 e 13, mas que façais esta peregrinação pelo coração e que acompanheis a transmissão das celebrações através dos meios de comunicação social, da internet e das redes sociais”.
Para que a peregrinação até Fátima se faça à distância, mas a partir da casa de cada um, haverá propostas diárias de oração, disponibilizadas a partir desta segunda-feira à tarde e até dia 13 de maio, através do site www.fatima.pt e nas redes sociais do santuário.
“Não podemos contar com a vossa presença física, mas gostaríamos de poder contar convosco”, refere o padre Carlos Cabecinhas. Considerando que “não se peregrina só com os pés, mas também com o coração”, sugere “uma peregrinação por etapas, do dia 4 ao dia 13; uma peregrinação em que o caminho não é físico, mas interior”.
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“Que, em cada dia, cada um faça um momento de reflexão e oração, de acordo com as propostas que disponibilizaremos; e que, em cada noite, acenda à janela uma vela, até à procissão de velas do dia 12. Faremos, assim, uma bela procissão de velas, difundida por todos os lugares onde viveis e vos encontrais”.
Esta mensagem aos peregrinos foi divulgada um dia depois de o bispo de Leiria-Fátima, o cardeal D. António Marto, ter emitido um comunicado a esclarecer que, conforme tinha já sido anunciado a 6 de abril, a peregrinação internacional de maio vai decorrer em recinto fechado e sem a presença de peregrinos, para evitar o risco de propagação do novo coronavírus.
O esclarecimento tornou-se necessário depois de a ministra da Saúde ter admitido, em entrevista à SIC, que seria possível realizar as cerimónias de 13 de maio, desde que os organizadores garantissem o cumprimento de regras sanitárias, quando a decisão da Igreja já estava tomada.
As celebrações com a presença física de peregrinos na Cova da Iria, e em todas as igrejas portuguesas, só serão retomadas no fim de semana de 30 e 31 de maio.
Até lá, o santuário irá retomar a sua atividade, reabrindo já a partir desta segunda-feira os locais de culto, para visita e oração, mas sem celebrações comunitárias e sem a presença física de peregrinos. Também o edifício da reitoria retomará a sua atividade com os horários habituais, tal como as unidades comerciais que recomeçarão a funcionar.
Os espaços museológicos abrem ao público a partir do dia 19 de maio.
Entre a tarde do dia 12 e o fim da manhã do dia 13, não será permitido o acesso dos peregrinos a qualquer espaço do santuário.