05 mai, 2020 - 11:04 • Henrique Cunha
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O bispo do Porto, D. Manuel Linda, destaca o serviço da iniciativa “Porta Solidária” da Paróquia da Senhora da Conceição.
Numa publicação esta segunda-feira na rede social Twitter, D. Manuel Linda revela que, em 50 dias, a "Porta Solidária" ofereceu mais de 15 mil refeições.
“De 12 de março a 1 de maio (50 dias) a Paróquia da Senhora da Conceição, com a sua "Porta Solidária", serviu (ofereceu) 15.341 refeições”, pode ler-se na publicação.
O bispo faz as contas e adianta que se cada refeição “fosse paga só a três euros”, isso equivaleria a 46 mil euros.
Satisfeito com a iniciativa, D. Manuel Linda termina com uma exclamação: “A Igreja é mesmo assim!”.
Contactado pela Renascença, o padre Rubens Marques, pároco da Nossa Senhora da Conceição “agradece ao bispo do Porto que desde o início tem colaborado muito com a Porta Solidária”, lembrando que “a primeira grande transferência para ajudar devido ao aumento do serviço de refeições” foi feita por D. Manuel Linda.
O sacerdote acredita que “todas as referências à Porta Solidária e, em particular, o “twitte” do bispo do Porto, vão motivar mais pessoas para ajudar com alimentos, com ofertas e até com serviço de voluntariado”.
No início do mês de abril, e na sequência da crise provocada pela pandemia, a “Porta Solidária” tinha atingido o recorde de 403 refeições diárias. Um número, entretanto, largamente ultrapassado.
O padre Rubens Marques revela à Renascença que a “22 de abril se atingiu um pico de 469 refeições e a 2 de maio foram servidas 258, os números mais altos desde o início da pandemia”.
Lembrando a publicação do bispo do Porto e os valores gastos na confecção das refeições, o sacerdote que admite que nada disto seria possível se não existisse “uma enormidade, uma imensidão de gente e de instituições a colaborar, a ajudar, a trazer alimentos, ou a fazer transferências bancárias”. “Isto tem permitido que este serviço continue aberto a tantas pessoas”, conclui o sacerdote.
A paróquia da Senhora da Conceição não dispõe desse serviço, mas o padre Rubens Marques sabe que “as associações voluntárias que seguiam com carrinhas para efectuar rondas pela cidade e para dar alimentação, muitas a partir do dia 15 (de maio) vão voltar à rua”.
Para o sacerdote, trata-se de uma boa notícia, dado que “deste modo não haverá tanta concentração só em alguns lugares das pessoas que precisam de comer, haverá diversificação de espaços, mais respostas” que, do ponto de vista da saúde, “é bom não existir aglomeração de muita gente num só espaço”.
O pároco “do Marquês” recorda que “saíram normas sobre como servir os sem-abrigo na rua, sobre a higienização das carrinhas, a protecção daqueles que estão a distribuir a alimentação, e, agora sim, organizadas as associações já vão começar a servir”, o que pode aliviar a pressão que até aqui é exercida sobre a “Porta Solidária”.
[notícia atualizada - com declarações do padre Rubens Marques]