25 mai, 2020 - 13:02 • Aura Miguel
Numa carta dirigida ao Cardeal Kurt Koch, presidente do Conselho Pontifício para Unidade dos Cristãos, o Papa sublinha que a Encíclica de João Paulo II “Ut unum sint” sobre o ecumenismo“ confirmou, de modo irreversível o empenho ecuménico da Igreja Católica.”
Esta encíclica, publicada em 25 de maio de 1995 (há 25 anos), é sobre o ecumenismo e valorizada nesta segunda-feira pelo Santo Padre.
Ao longo do seu pontificado, Francisco tem privilegiado o reforço do diálogo com as várias realidades cristãs, participando mesmo em momentos emblemáticos de oração conjunta, como por exemplo, no arranque do V centenário da reforma de Lutero, ou em diversos encontros carismáticos não católicos.
Na carta agora conhecida, o Papa diz partilhar “a saudável impaciência daqueles que às vezes pensam que poderíamos e deveríamos fazer mais”.
No entanto, escreve, “não devemos perder fé e gratidão: muitas medidas foram tomadas nestas décadas para curar feridas seculares e milenares”. Francisco reconhece que “o conhecimento e a estima mútuos cresceram, ajudando a superar preconceitos enraizados” e que "o diálogo teológico e o da caridade se desenvolveram, bem como várias formas de colaboração no diálogo da vida, a nível pastoral e cultural”.
Neste sentido, “todos os irmãos e irmãs, de todas as tradições e comunidades cristãs, são nossos companheiros de viagem”, pois “como os discípulos de Emaús podemos sentir a presença do Cristo ressuscitado que caminha ao nosso lado e nos explica as Escrituras”, esperando um dia “poder compartilhar a mesa eucarística”.
Francisco destaca ainda duas iniciativas que ajudam a consolidar este caminho. A primeira é um Compêndio Ecuménico para Bispos, que será publicado no outono, “como um incentivo e um guia para o exercício de suas responsabilidades ecuménicas”.
A segunda iniciativa é o lançamento da revista “Acta Oecumenica”, como subsídio para quem trabalha ao serviço da unidade. Sempre sem esquecer, que “uma coisa é certa: a unidade não é primariamente o resultado de nossa ação, mas é um dom do Espírito Santo.”, conclui.