30 mai, 2020 - 18:31 • Ecclesia
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O reitor do Santuário de Fátima disse este sábado que o santuário “só está completo com a presença de fiéis” e apelou à participação gradual dos peregrinos, com “confiança e sem medo”, no regresso das celebrações comunitárias.
“É uma alegria termos cá peregrinos, mas sentimos isso também como uma responsabilidade e a responsabilidade de garantirmos condições de segurança para quem vem participar nas celebrações ao santuário ou para quem vem visitar este espaço”, disse o padre Carlos Cabecinhas à Agência Ecclesia.
O reitor do Santuário de Fátima referiu que, durante o tempo de confinamento, os responsáveis da Cova da Iria procuraram “ir ao encontro dos peregrinos”, considerando “motivo de alegria recomeçar as celebrações” com a presença de fiéis, suspensas desde 13 de março.
“Olhamos para uma vasta esplanada como esta do recinto de oração, vemos a assembleia dispersa, os fiéis estão muito espalhados e nós dizemos ainda bem; obviamente este santuário só está completo com a presença de fiéis, com a presença de peregrinos, o santuário existe para acolher peregrinos”.
No final da primeira Missa depois do final da suspensão das celebrações comunitárias por causa da pandemia de Covid-19, o padre Carlos Cabecinhas admitiu que este regresso “nunca é fácil”, e “implica uma reestruturação”, como “ter equipas de acolhimento nos vários espaços, pessoas que orientam os movimentos dos peregrinos”.
“Estamos muito confiantes naquilo que é o sentido cívico dos peregrinos. Os peregrinos habituaram-nos a serem extremamente respeitadores e é esta confiança que nos anima. São os primeiros a terem esses cuidados, quer com o distanciamento, quer com o uso de máscara, mas, por outro lado, também percebemos que da nossa parte sentimos a segurança de termos as coisas estruturadas”, desenvolveu.
Para Manuel Costa Dias que, viajou de Carcavelos até à Cova da Iria – que visita “mais do que uma vez por mês” –, “é muito importante a participação na missa com os fiéis juntos, estar próximo do sacerdote, de Nossa Senhora, é fundamental”.
“A comunidade é muito importante porque a Igreja é comunidade, não só as pessoas individualmente, um grupo de pessoas que está espalhado por todo o mundo e é a fé que nos une; tenho acompanhado religiosamente as celebrações eucarísticas na televisão, mas não é a mesma coisa, com muita saudade”, assinalou.
Áurea Figueiredo, por sua vez, disse que é “com muito desejo, mas com muita calma” que participa na Eucaristia presencialmente, “acatando as indicações” de segurança e higiene, para “tudo corra bem, mas com muita ansiedade”.
“Tanto tempo sem participarmos na Eucaristia é difícil”, admitiu a peregrina de Lisboa, sublinhando que as pessoas precisam “ter todo o cuidado e fazer tudo o que está ao alcance” para evitar problemas de saúde.
Desde 13 de março, assinala Áurea Figueiredo, ela e a família procuraram viver “integrados na Igreja, como sempre” acompanhando as celebrações da Missa “através dos meios de comunicação social, do Facebook”.
“É melhor presentemente, estar aqui dá um outro conforto a uma pessoa”, afirmou Luís Martins da Maia (Porto).
O Santuário de Fátima regressou este sábado ao seu programa habitual de verão celebrando diariamente sete missas e cinco recitações do terço, na Basílica da Santíssima Trindade e na Capelinha das Aparições, respetivamente.
“Estou convencido que, quem vem, pode sentir essa sensação de segurança porque as pessoas de uma forma geral observam os procedimentos e porque estão estabelecidos procedimentos que dão essa confiança às pessoas que vêm aqui”, concluiu o reitor do santuário mariano, o padre Carlos Cabecinhas.