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Cristã assassinada na Índia por proteger filha de violação

28 jul, 2020 - 23:51 • Filipe d'Avillez

As comunidades cristãs estão cada vez mais preocupadas com o nível de violência que sofrem. Este foi o quinto assassinato no espaço de dois meses.

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Uma mulher cristã na Índia foi assassinada na passada semana, quando tentava afastar um grupo de homens que queria abusar sexualmente da sua filha.

Segundo o site “Morning Star News” a mulher de 25 anos e a sua família estavam a ser vítimas de intimidação há muito tempo por se terem convertido ao Cristianismo.

Este é o quinto assassinato de cristãos no espaço de dois meses, um dos quais no mesmo distrito, o que leva os líderes da Igreja no país a preocupar-se com o aumento dos níveis de violência.

Segundo o pastor da igreja evangélica a que pertence a mulher, citado pela “Morning Star”, os dois suspeitos do assassinato já tinham abusado sexualmente das filhas menores da vítima, bem como de outras jovens, todas escolhidas por serem cristãs numa região onde a esmagadora maioria da população é hindu. O crime aconteceu na aldeia de Regadi, no distrito de Khunti, no Estado de Jharkhand.

A filha da vítima terá dito à polícia que os criminosos telefonaram para a sua mãe a exigir que a filha fosse entregue para ser abusada, mas nessa noite ela recusou-se a atender o telefone. Cerca da 1h reparou que estavam dois homens à janela do quarto onde dormia com os seus filhos e saiu da casa para os afastar, mas nesse momento foi agredida e assassinada. É possível que houvesse mais homens nas redondezas, mas só dois é que foram vistos claramente.

Segundo as autoridades o seu corpo foi levado e lançado a um rio, onde foi recuperado mais tarde, tendo-se verificado que tinha sido degolada.

O marido da vítima, identificada pela fundação Ajuda à Igreja que Sofre como Suman Munda, trabalhava noutro estado e por isso não estava presente. Suman não lhe terá dito nada sobre os assédios de que a família estava a ser alvo, para não o preocupar.

As autoridades dizem ter dois suspeitos em detenção, mas apenas pelo crime de violação, que terão admitido.

Apesar de Suman não ser católica, o caso merece a atenção do bispo católico local, Binai Kandulna, que pede “medidas apropriadas” para proteger a população, segundo o site “UCANews”, citado pela fundação Ajuda à Igreja que Sofre.

Ainda segundo a fundação, Binay Kandulna afirmou que “alguns grupos” tentam atingir “as minorias” no Estado de Jharkhand “para difundir o ódio entre os vários credos, entre as pessoas que, em vez disso, amam a paz”.

“Condenamos o assassinato”, concluiu o bispo, “e fazemos um apelo à administração para que tome medidas severas contra os culpados”.

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