09 ago, 2020 - 11:39 • Inês Rocha
O Papa apela à igreja do Líbano que esteja próxima do seu povo e a que os bispos, sacerdotes e religiosos daquele país vivam “com um estilo de vida impresso pela pobreza evangélica, sem luxos”.
“Porque o vosso povo sofre e muito”, lembrou o Papa, após o Angelus deste domingo.
Francisco renovou ainda o apelo a uma "generosa ajuda da parte da
comunidade internacional".
"Nestes dias, o meu pensamento volta muitas vezes ao Líbano", começou por dizer Francisco, improvisando, após o Angelus. "A catástrofe de terça-feira passada chama todos, a começar pelos libaneses, a colaborar pelo bem comum deste amado país. O Líbano tem uma identidade peculiar, fruto do encontro de várias culturas, que surgiram ao longo do tempo como modelo de convivência. Esta convivência agora é muito frágil, sabemos. Mas rezo para que, com a ajuda de Deus e as leais participações de todos, ela possa renascer livre e forte", disse o Papa.
"Convido a igreja do Líbano a estar próxima do povo no seu
calvário, como está a fazer nestes dias, com solidariedade e compaixão. Com o
coração e mãos abertas à partilha", afirmou Francisco, acrescentando: "por favor, peço aos bispos, aos sacerdotes, aos
religiosos do Líbano que estejam perto do povo e que vivam com um estilo de
vida impresso pela pobreza evangélica, sem luxo. Porque o vosso povo sofre e
muito".
O discurso do Papa acontece depois de uma explosão na terça-feira ter feito mais de 150 mortos, 6.000 feridos e dezenas de desaparecidos.
O incidente aconteceu num armazém onde, segundo o primeiro-ministro libanês, Hassan Diab, estavam 2.750 toneladas de nitrato de amónio armazenadas durante seis anos, "sem medidas cautelares".
Na última sexta-feira, o Vaticano enviou para o Líbano uma primeira ajuda de 250 mil euros "para atender às necessidades da Igreja libanesa nestes momentos de dificuldade e sofrimento", indicou um comunicado do Vaticano.
O Papa recordou ainda o 75º aniversário dos bombardeamentos de Hiroshima e Nagasaki, no Japão.
"Recordo com gratidão a visita que fiz àquele lugar no ano passado e convido-vos a rezar e a empenharem-se por um mundo livre de armas nucleares", afirmou o Papa.