03 set, 2020 - 13:38 • Ecclesia
O bispo das Forças Armadas e Forças de Segurança afirmou, esta quinta-feira, na eucaristia do dia do Estado-Maior-General das Forças Armadas (EMGFA) que, em pleno contexto de pandemia, as Forças Armadas “são chamadas a assumir um papel incontornável, verdadeiramente determinante”.
“Uma das marcas desta trágica etapa da vida nacional e internacional tem sido o contraste entre a incerteza que deriva do desconhecimento da natureza e comportamento do vírus e a certeza da prontidão e competência das Forças Armadas. No meio de tantas dúvidas, as Forças Armadas têm sido um verdadeiro oásis de confiança”, disse D. Rui Valério, no Mosteiros dos Jerónimos.
Na homilia enviada à Agência ECCLESIA, o bispo do Ordinariato Castrense salientou que os portugueses reencontram nas Forças Armadas uma “presença fiel” para todas as horas, “sobretudo para as horas mais amargas”, “como têm sido as da tragédia pandémica, as da prevenção e combate aos incêndios, as da implementação da paz em cenários internacionais de conflito”.
“Neste ano de 2020, todos somos testemunhas de como as Forças Armadas responderam com centros hospitalares de acolhimento, com o transporte de utentes de risco, com a desinfeção de espaços públicos, com a sua ação no sentido de garantir proteção às povoações ameaçadas pelos incêndios”, exemplificou.
D. Rui Valério assinalou que Portugal vive tempos decisivos” e como noutros momentos históricos, “de idêntico cariz e alcance”, as Forças Armadas estão sempre presentes e “assumem-se como parte integrante e fundamental na formação de horizontes de esperança e de vida, mesmo lá onde por vezes as circunstâncias favorecem o desânimo e a resignação”.
O bispo das Forças Armadas e Forças de Segurança explicou que a história demonstra que “nunca houve nas Forças Armadas sede de poder”, mas sempre disponibilidade para servir, desde Afonso Henriques e os seus combatentes, com São Nuno Álvares Pereira (1383-1385), “o sonho de restauração da independência” em 1640, e o movimento protagonizado pelos militares “a orientar o clamor liberal”, em 1820, e “orientar a força da Nação rumo à liberdade” na manhã do 25 de abril de 1974 e no dia 25 de novembro de 1975.
“Encontramos nas Forças Armadas a sabedoria de canalizar, de dar forma, de direcionar as energias emergentes na sociedade em momentos decisivos. Por isso, este é uma vez mais, um tempo de apelo à responsabilidade dos militares com vista a imprimir uma orientação positiva à força que fermenta na sociedade”, desenvolveu, na celebração concelebrada pelo arcebispo de Évora e capelães militares.
Nesta missa do dia do Estado-Maior-General das Forças Armadas, D. Rui Valério explicou que a pandemia do coronavírus “colocou muitos setores da sociedade à beira da inoperância”, “parece ter suspendido a própria vida”, e partir da leitura do Evangelho convidou os militares a fazerem-se “ao largo na defesa da pátria”.
“Continuai a mostrar com a vossa atitude, a vossa dedicação e o vosso savoir faire os passos para que Portugal se faça ao largo”, acrescentou bispo das Forças Armadas e Forças de Segurança.
O núncio apostólico em Portugal, D. Ivo Scapolo, enviou uma mensagem onde “exalta e agradece” a ação das Forças Armadas no combate à pandemia do coronavírus Covid-19 e na prevenção e combate aos incêndios, e que foi lida na celebração, informa o Ordinariato Castrense.
O Estado-Maior-General das Forças Armadas comemorou o 46.º aniversário da sua criação com a Eucaristia e mais dois “momentos singelos, mas de grande simbolismo”, nomeadamente, o içar da Bandeira Nacional junto ao edifício do EMGFA e a deposição de uma coroa de flores na Estátua de D. Nuno Álvares Pereira, o seu patrono, lê-se na sua página na rede social Facebook.