12 set, 2020 - 12:15 • Redação com Ecclesia
O Papa Francisco criticou este sábado que as pessoas estão de “doentes de consumo”, destacando a importância de “encontrar o silêncio” e de se “libertar da prisão do telemóvel”.
“Estamos ansiosos com a último ‘app’, mas já não sabemos os nomes dos vizinhos, menos ainda se sabe distinguir uma árvore da outra”, observou.
"O que é mais grave, com esse estilo de vida, perdem-se as raízes e a gratidão pelo que existe e por quem o deu. Para não esquecer, é preciso voltar a contemplar; para não nos distrairmos com mil coisas inúteis, há que reencontrar o silêncio; para que o coração não adoeça, é urgente parar. Não é fácil. Precisamos, por exemplo, de nos libertar da prisão do telemóvel, para olhar nos olhos os que estão ao nosso lado e a criação que nos foi dada", disse o Papa.
O Papa pôs ainda em evidência que a sociedade está a descartar pessoas e desperdiça “toneladas de alimentos”, defendendo a necessidade de “compaixão” para enfrentar o contágio da “indiferença”.
“Quantas pessoas são rejeitadas sem compaixão: idosos, crianças, trabalhadores, pessoas com deficiência”, lamentou Francisco, num encontro com representantes das ‘Comunidades Laudato Si’, no Vaticano.
A intervenção considerou “escandaloso” que, nos países industrializados, sejam desperdiçados mais de mil milhões de toneladas de alimentos comestíveis.
“Ajudemo-nos, juntos, na luta contra o descarte e o desperdício, exijamos opções políticas que combinem progresso e equidade, desenvolvimento e sustentabilidade para todos, para que ninguém seja privado da terra em que vive, do ar bom que respira, da água que tem o direito de beber e dos alimentos que tem o direito de comer”, apelou.