18 set, 2020 - 21:29
D. Anacleto Oliveira, bispo de Viana do Castelo, morreu esta sexta-feira depois de um acidente de automóvel.
Quem conheceu o bispo recorda um homem de grande capacidade intelectual e espiritual, mas ao mesmo tempo próxima do povo que servia.
"Nós aceitamos e sabemos que estes momentos são vividos na esperança que sempre acompanhou D. Anacleto. Certamente que perdemos um amigo, um grande bispo, e eu falo a partir da Conferência Episcopal onde me habituei a vê-lo com uma mente sempre muito lúcida, muito aberta, muito universal, sentindo bem a Igreja em Portugal e no mundo, mas ao mesmo tempo abrindo-se a novas perspetivas. "
D. José Ornelas, bispo de Setúbal e presidente da Conferência Episcopal Portuguesa
"Recordo com emoção as várias conversas que, ao longo dos tempos, fizeram crescer a nossa amizade e os diversos projectos que nos uniram enquanto bispos titulares de dioceses irmãs. De modo particular, consola-me saber que D. Anacleto Oliveira pôde ver realizado o seu sonho da tão desejada canonização de S. Bartolomeu dos Mártires. Neste momento de profunda dor somos chamados a iluminar com a esperança da ressurreição o que o nosso coração resiste em aceitar"
D. Jorge Ortiga, arcebispo de Braga
Foi com um choque emocional muito grande que recebi a notícia tão inesperada do seu falecimento. Era um grande amigo a quem me ligava uma relação particular de amizade desde os tempos de estudante em Roma, quando tive oportunidade de o conhecer pessoalmente e estabelecer uma relação de amizade que perdurou no tempo. Tinha uma paixão pela Bíblia e era um biblista de renome, reconhecido aqui em Portugal e na Alemanha. Foi um choque grande, sobretudo pela maneira tao trágica como terminou a sua existência terrena. Que sejamos dignos do legado que ele nos deixa como pastor e pai que foi na diocese de Viana do Castelo
Cardeal D. António Marto, bispo de Leiria-Fátima
Era de uma grande seriedade, aplicação e certeza em tudo quanto fazia. Foi um grande bispo, daí este misto de pena e de saudade, tanto mais que foi tudo tão surpreendente, tão tragicamente surpreendente. Era um homem muito simples, muito frontal, ótimo conversador e fomos ótimos colaboradores como auxiliares em Lisboa
Cardeal D. Manuel Clemente, Patriarca de Lisboa
Guardo as melhores recordações em termos pessoais, de muitas décadas. Em termos eclesiásticos, uma dedicação ao povo cristão e em geral a toda a comunidade, com uma visão ecuménica, uma abertura e tolerância e capacidade de entender os outros e grande disponibilidade que liga também à forma como comunitariamente as reações foram muto pesarosas, porque era de facto um prelado querido das gentes.
Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República
"Foi uma notícia de facto muito triste, uma tragédia. Era uma personalidade muito afável, dialogante, de grande participação e de envolvimento na comunidade. Era uma pessoa com um discurso muito fácil, sendo de grande profundidade teológica, todas as suas homilias e intervenções públicas eram de uma grande simplicidade. Aproximava-se das pessoas. "
José Maria Cunha e Costa, presidente da Câmara Municipal de Viana do Castelo
Obrigado D. Anacleto, pelo seu amor à Palavra de Deus, ao Senhor e à sua Igreja; obrigado pelo trabalho dedicado, pela seriedade académica e generosidade pastoral. Obrigado a Deus pelo dom da sua vida!
Padre Mário Sousa, presidente da Associação Bíblica Portuguesa