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Delegada de Saúde Pública defende 13 de Outubro em Fátima sem peregrinos

17 set, 2020 - 20:57 • Lusa

Maria dos Anjos Esperança elogia a postura da Igreja no 13 de Maio e sugere repetição da fórmula.

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A delegada de Saúde Pública do Médio Tejo defendeu esta quinta-feira que as cerimónias religiosas do 13 de Outubro no Santuário de Fátima, Ourém, decorram "sem a presença de peregrinos", a exemplo do que sucedeu em 13 de Maio.

"A minha posição é a posição que a Igreja adotou para o 13 de Maio", disse esta quinta-feira à agência Lusa Maria dos Anjos Esperança, coordenadora da Unidade de Saúde Pública (USP) do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) do Médio Tejo, tendo defendido a realização das "cerimónias, sim, mas sem peregrinos" naquele município do distrito de Santarém.

"A Igreja que tão bem esteve no 13 de Maio, fazendo a transmissão das cerimónias para que todos as pudessem acompanhar, acho que agora em outubro, para bem da população, para bem de todos, poderia também adotar essa postura. Eu sou dessa opinião", afirmou.

Maria dos Anjos Esperança observou que, "também o povo se portou muito bem no 13 de Maio, não se deslocou a Fátima, e compreendeu perfeitamente a situação que estávamos a viver", aludindo à pandemia de Covid-19.

"Com os aumentos do número de casos que tem havido ultimamente, não só no país como em muitos outros países da Europa, eu sou da opinião que cerimónias em Fátima sim, mas sem peregrinos", insistiu.

O acesso ao Santuário de Fátima, no concelho de Ourém, foi bloqueado no domingo, dia 13 de setembro, quando o complexo religioso atingiu a lotação máxima permitida no contexto da pandemia de Covid-19, disse a porta-voz da instituição.

A diretora-geral da saúde, Graça Freitas, disse na quarta-feira não parecer "expectável" que o santuário de Fátima tenha 55 mil pessoas nas cerimónias de 13 de outubro e disse que as autoridades nem foram contactadas sobre a matéria.

Em conferência de imprensa em Lisboa sobre a pandemia de Covid-19, e a uma pergunta sobre como vê as dúvidas do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, sobre a possibilidade de estarem mais de 50.000 pessoas no Santuário em 13 de outubro, Graça Freitas respondeu que a Direção-Geral da Saúde (DGS) "não sabe” de onde surgiu este número.

"Não nos chegou nenhum pedido de parecer, nenhum plano de contingência, nenhuma planta do Santuário, e portanto não nos parece expectável que, estando nós em situação de contingência, com uma epidemia a subir, e apesar de (nem) a DGS ou qualquer outra autoridade de saúde ter sido consultada sobre o assunto, não nos parece expectável 55 mil pessoas no santuário", disse Graça Freitas.

Ainda assim a responsável disse ser uma apreciação precoce, porque a DGS aguarda "poder colaborar" e "ajudar o Santuário" sendo que para isso é necessário haver conversações e um plano de contingência.

Na terça-feira o Presidente da República disse temer que a perceção da sociedade sobre o 13 de outubro, em Fátima, com 50 mil pessoas, seja menos positiva do que a das autoridades envolvidas, perante o aumento de infetados por Covid-19.

Contactada pela Renascença, a porta-voz do santuário disse que não havia qualquer comentário a fazer sobre este assunto.

A pandemia de Covid-19 já provocou pelo menos 941.473 mortos e mais de 29,9 milhões de casos de infeção em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 1.888 pessoas dos 66.396 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

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