29 set, 2020 - 15:52 • Rosário Silva
O tempo é de pandemia, mas não de marasmo, por isso a arquidiocese de Évora prepara a abertura do novo ano pastoral, a 5 de outubro, com a celebração do Dia da Igreja Diocesana. É o segundo ano do quadriénio “Discípulos Missionários da Esperança”, e que, dadas as circunstâncias, retoma o tema do ano pastoral anterior: “Procurar e acolher os sedentos da Esperança”.
Uma decisão justificada, pelo facto do ano pastoral 2019/2020 ter sido interrompido abruptamente. Apesar de tudo, num período de isolamento e solidão, numa diocese a braços com o despovoamento, a Igreja foi, para muitos, a única presença.
“Em muitos sítios onde tenho estado, chego à conclusão que fechou a escola, o infantário, não há creche, já não há farmácia, o posto de correio encerrou, mas está lá presente a Igreja”, revela, à Renascença, o arcebispo de Évora, D. Francisco Senra Coelho.
Neste arranque oficial do ano pastoral 2020/2021, o apelo é para que arquidiocese participe, vivamente, através dos meios digitais, no Dia da Igreja Diocesana, este ano, celebrado na Igreja de S. Francisco, em Évora, sendo que a participação física está limitada a representantes das Unidades Paroquiais, mas com transmissão em direto, online, através do Facebook e do site da própria diocese.
Durante a manhã do dia feriado, próxima segunda-feira, o arcebispo D. Francisco Senra Coelho preside ao encontro que dá a conhecer o Plano Pastoral e a calendarização das suas principais iniciativas.
A “pessoa” vai estar centro de todo o trabalho pastoral que, a par do que já é habitual, pretende olhar detalhadamente para a Encíclica “Laudato si” e para a necessidade de educar para a ecologia.
“A problemática educativa é fundamental para a compreensão ecológica, para a biodiversidade, para uma relação de amizade com a nossa casa. Temos que entender, que não é possível vivermos com qualidade se não tratarmos bem a casa comum”, por isso, “vamos ter de aprofundar temáticas ligadas à “Laudato si”.”
Um outro aspeto, prioritário, que se liga ao problema da formação, prende-se com a catequese. Com a pandemia “a catequese dispersou-se”, recorda D. Francisco, considerando que se trata de um “problema que exige uma reflexão muito séria, e, provavelmente, através de grupos mais pequenos, que funcionam em ligação telemática, possamos retomar a catequese”.
“O grupo de catequese é um grupo de trabalho que tem como modelo a família, onde os adultos estão em aprendizagem evangélica e sacramental com os filhos e os netos”, acrescenta, o arcebispo, numa espécie de “catequese intergeracional”.
Sobre os principais acontecimentos planificados, a realizar no novo ano pastoral, a Igreja eborense deixa a garantia de que tudo será feito “com responsabilidade”, respeitando os momentos habituais da vida em comunidade.
“Os movimentos terão o seu dia na Solenidade de Cristo Rei. Vamos viver a inscrição dos adultos que querem ser batizados, no primeiro domingo da Quaresma. Vamos fazer a estrada para a celebração da Semana Santa e a vivência do Pentecostes, com a confirmação dos jovens”, exemplifica, o arcebispo de Évora, acreditando que “com a ciência e com a sabedoria que já adquirimos, vamos conseguir respeitar as exigências propostas pela Conferência Episcopal Portuguesa em consonância com a Direção-Geral da Saúde.”
Uma certeza, que leva o Pastor da diocese a dirigir-se aos cristãos, num apelo final: “Não tenhas medo de regressar. Volta à Igreja. Volta à Eucaristia, pois é um dos lugares mais seguros no contexto dos espaços interiores que podemos frequentar.”