01 out, 2020 - 13:06 • Aura Miguel
“Têm razão os que exigem transparência”, diz o padre Guerrero Alves. “A economia da Santa Sé deve ser uma casa de vidro. É isto que o Papa nos pede. É para isto que se avançou com uma reforma”, sustenta o prefeito para a Economia.
Numa entrevista ao diretor-geral das comunicações do Vaticano, Andrea Tornielli, o responsável pela Secretaria para a Economia afirma que “não somos proprietários, mas custódios dos bens que recebemos. Por isso, ao apresentar o orçamento para 2019, queremos explicar aos fiéis, de uma forma compreensível, quais são os recursos da Cúria Romana, donde vêm e como são utilizados”.
O balanço consolidado dos organismos centrais de Governo da Santa Sé (a Cúria Romana), que em 2019 teve um défice de 11 milhões de euros, apresenta no entanto uma melhoria face a 2018, ano em que o saldo negativo chegou aos 75 milhões.
Fundo Diocesano do Clero tem saldo negativo de 45 (...)
O responsável pela Economia da Santa Sé admite “dificuldades” ligadas à pandemia, que se podem vir a agravar, destacando que, no caso da Cúria Romana, 54% das receitas são geradas pelo património e 14% pela atividade comercial (visitas às catacumbas, produções do Dicastério para a Comunicação e da Editora do Vaticano). Os donativos das dioceses e fiéis católicos chegaram a 56 milhões de euros (18%).
Quanto às despesas, a gestão de ativos absorve 67 milhões de euros, incluindo 18 milhões em impostos. As 125 representações diplomáticas nos cinco continentes custaram 43 milhões de euros e os organismos ligados à comunicação implicaram gastos na ordem dos 45 milhões.
Uma das medidas a adotar nos próximos meses é a centralização dos investimentos da Cúria Romana, com vista a “uma maior transparência e um controlo mais preciso”, com “critérios éticos, sustentáveis, de bom governo e profissionais”, avançou o padre Juan Antonio Guerrero Alves.