21 out, 2020 - 16:18 • com Lusa
Desconhecidos assassinaram esta quarta-feira, a tiro, um padre luso-venezuelano, no Estado venezuelano de Cojedes (270 quilómetros a sudoeste de Caracas), disseram à agência Lusa fontes da comunidade portuguesa local.
Segundo as fontes o padre foi assassinado “nas proximidades da Igreja São João Baptista, em São Carlos”, no Estado de Cojedes e teria sido baleado “depois de opor resistência” a um assalto.
O “Jornal da Madeira” identifica o sacerdote como José Manuel de Jesus Ferreira, de 39 anos, e diz que é descendente de madeirenses.
Segundo a rádio local Class 98.7 FM Notícias, a vítima tinha participado “numa reunião com vários anciãos” daquela localidade e “ao sair da casa paroquial, foi intercetado pelos criminosos”.
“Faleceu pelas 00h15 horas locais (05h15 horas em Lisboa)”, segunda a Class 98.7 FM Notícias.
Entretanto, residentes em Cojedes denunciaram aos jornalistas que os apagões elétricos e a falta de iluminação nas ruas daquela localidade têm facilitado a presença e ataques de criminosos.
Na Venezuela, são frequentes as queixas sobre a insegurança no país, situação que afeta tanto cidadãos nacionais como estrangeiros.
Segundo a imprensa e as redes sociais, várias igrejas têm sido roubadas desde que em março último a Venezuela entrou em quarentena preventiva da Covid-19, algumas delas por terem ficado mais expostas devido à ausência de fiéis e sacerdotes nas suas instalações.
Sinos, cálices, copos de cristal para as celebrações eucarísticas, equipamentos de som, objetos de valor e até tanques de água, são alguns dos objetos roubados pelos criminosos em distintas igrejas.
Em finais de agosto último, desconhecidos roubaram a Ermida de Nossa Senhora de Coromoto e Fátima, sede da Missão Católica Portuguesa de Caracas, causando danos materiais e subtraindo alguns objetos de valor.
O cónego Alexandre Mendonça, diretor da Missão Católica Portuguesa de Caracas, passou a noite acordado, desde a casa paroquial (um anexo da Igreja), ouvindo os criminosos dentro do templo e temendo pela sua integridade física.
A comunidade portuguesa local, em particular do Centro Português de Caracas, uniu-se e realizou obras de recuperação dos danos físicos à igreja e reforçou as grades existentes, para impedir novos assaltos à Ermida.