Siga-nos no Whatsapp
A+ / A-

​Bispos portugueses. Apoio do Papa a uniões civis de homossexuais revela “atenção”, mas não muda doutrina da Igreja

22 out, 2020 - 13:35 • Ricardo Vieira

Direito de proteção legal de uniões civis entre pessoas do mesmo sexo “não afeta a doutrina da Igreja sobre o matrimónio, reservado na Igreja Católica à união entre um homem e uma mulher”, refere a Conferência Episcopal.

A+ / A-

O apoio do Papa Francisco às uniões civis de homossexuais revela uma “atenção constante” às necessidades reais da vida das pessoas e não coloca em causa a doutrina da Igreja Católica. A posição foi manifestada esta quinta-feira pela Conferência Episcopal Portuguesa (CEP).

“As afirmações do Papa Francisco sobre a necessidade de os Estados oferecerem proteção legal para uniões entre o mesmo sexo, contidas no documentário ‘Francisco’, são extratos de entrevistas já divulgadas e recolhidas pelo realizador Evgeny Afineevsky, que revelam a atenção constante do Papa às necessidades reais da vida concreta das pessoas”, destacam os bispos portugueses, numa nova enviada à Renascença.

Para a CEP, o que está em causa é “um direito de proteção legal dessas uniões, que não afetam a doutrina da Igreja sobre o matrimónio, reservado na Igreja Católica à união entre um homem e uma mulher”.


O mesmo documentário reproduz outro testemunho em que é dito, explicitamente, que “o Papa Francisco não tem intenção de mudar a doutrina da Igreja”, sublinham os bispos portugueses.

O comunicado da Conferência Episcopal Portuguesa cita a posição manifestada em entrevista à Renascença pelo seu presidente, o bispo de Setúbal, D. José Ornelas.

“O Papa tem defendido que as pessoas, qualquer que seja a sua orientação sexual, têm o direito a serem respeitadas naquilo que são. Os Estados têm o dever de defender e concretizar essa defesa, legalmente, dentro do respeito pela diversidade que existe na sociedade”, defende D. José Ornelas.


Em Portugal, o casamento pelo civil entre pessoas do mesmo sexo foi aprovado no Parlamento, em 2010.

Nesta entrevista à Renascença, D. José Ornelas separa as águas e não acredita que a Igreja Católica “vá considerar que uma união entre pessoas do mesmo sexo seja um matrimónio”.

“Igualdade de direitos e de oportunidades não significa fazer tudo igual. Significa que cada um, na sua individualidade, é respeitado em todos os momentos por aquilo que é. Por isso, a sociedade e, muito particularmente, o Estado deve criar os mecanismos necessários para que isso seja possível, com um quadro legislativo capaz de reconhecer a cada um a dignidade que tem tal como é e não como eu gostava que fosse”, conclui o presidente da CEP.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • Alexandre
    22 out, 2020 Lisboa 14:54
    Ao comentário do Ivo Pestana sobre Jesus "não excluir ninguém", recomendo a leitura dum livro obscuro e desconhecido, chamado a Bíblia, em particular: 1 Coríntios 6:9 No que toca ao comentário do Papa, vai conseguir dividir (ainda mais) uma Igreja que ainda estava a recuperar do concílio Vaticano II. O mais grave é ir contra a carta pastoral de Ratzinger em 2003 sobre este mesmo tema. Podem escolher seguir o evangelho de Cristo, ou podem escolher o evangelho da extrema-esquerda. Não tentem é misturar as duas coisas.
  • Ivo Pestana
    22 out, 2020 Funchal 13:05
    Jesus não excluiu ninguém e todos são feitos para a felicidade. Quem pensa que é mais e melhor que os outros, está no caminho errado.

Destaques V+