27 out, 2020 - 09:40 • Olímpia Mairos
A Fundação Ajuda à Igreja que Sobre (AIS) vai conceder uma ajuda suplementar para a reconstrução de edifícios da Igreja destruídos em Beirute, em consequência da explosão que atingiu a zona portuária da capital libanesa em 4 de agosto.
Numa primeira fase, a ajuda da Fundação AIS está estimada em cinco milhões de euros e inclui, para além dos projetos de reconstrução e recuperação de edifícios da Igreja, de apoio à juventude e de distribuição de ajuda alimentar de emergência para as famílias mais atingidas.
“Trata-se de reforçar os projetos identificadas pelos parceiros da Ajuda à Igreja que Sofre e que foram considerados como prioritários, não só para o trabalho quotidiano da Igreja como pela sua importância histórica e valor patrimonial”, explica a AIS em comunicado.
De entre os edifícios atingidos, conta-se o Hospital e a residência das Irmãs do Rosário, severamente afetados devido à sua localização junto ao Porto de Beirute, no epicentro da deflagração, assim como a icónica Catedral Maronita de São Jorge, no centro de Beirute, um poderoso símbolo da histórica presença católica na capital libanesa.
A Fundação AIS vai apoiar também os trabalhos de reconstrução da igreja grega melquita de São Salvador, edificada na última década de noventa do século XIX.
De acordo com o presidente executivo internacional da fundação, Thomas Heine-Geldern, a prioridade inicial é “fornecer os fundos necessários para a conclusão dos trabalhos de reparação de emergência e que são considerados essenciais antes da chegada do inverno, a fim de se evitar danos ainda maiores causados pelas chuvas e, simultaneamente, tornar esses edifícios já utilizáveis” pela comunidade.
A explosão, que aconteceu no dia 4 de agosto, de uma quantidade significativa de nitrato de amónio, que estava armazenada no porto da capital do Líbano, terá provocado cerca de duas centenas de mortos, mais de 6. 500 feridos e a destruição total ou parcial de mais de 90 mil habitações.
Atingiu principalmente dois bairros, o Mar Maroun e o de Achrafieh, este predominantemente cristão, e destruiu mais de uma centena de igrejas, capelas, conventos e escolas.
Segundo a AIS, mais de 300 mil pessoas, das quais cerca de 80 mil são crianças, ficaram desalojadas.