06 nov, 2020 - 13:46 • Rosário Silva
A Fundação Eugénio de Almeida decidiu avançar com um programa adicional de visitas ao Mosteiro de Santa Maria Scala Coeli. Desde que a Ordem de São Bruno deixou a cidade de Évora, pelo convento da Cartuxa já passaram mais de cinco mil pessoas.
A enorme afluência de visitantes, é a justificação dada pela instituição para prolongar as visitas que acontecem, nos próximos tempos, com todas as condições de segurança garantidas.
Mais de cinco mil pessoas já passaram pela Cartuxa de Évora, desde que a Fundação Eugénio de Almeida (FEA) abriu o monumento aos visitantes, depois da saída dos monges da Ordem de São Bruno.
O arquiteto Luis Duarte Ferro, responsável pelas visitas guiadas, atribui esta afluência ao “enorme fascínio” das pessoas pelo mosteiro.
“Aquilo que lhes desperta maior curiosidade são os hábitos de vida dos monges, a ideia de viverem em silêncio e em isolamento e é isso que alimenta esse encanto nas pessoas”, afirma, à Renascença.
Durante largas semanas, o investigador acompanhou os visitantes que mostram um “imenso carinho pelo edifício”, mas mais ainda pela “ideia de os monges viverem em contemplação e estarem afastados do mundo”, o que “tocou e emocionou muita gente”.
Luis Duarte Ferro recorda que os monges brancos “deixaram uma mensagem simples, clara e muito forte”, e isso “aumentou a curiosidade em torno do universo cartusiano”. Tudo o que se relacionasse com ele, “era, e é acolhido com grande fervor e entusiasmo, não só no sentido espiritual ou religioso, mas também académico”, constata o arquiteto.
Um interesse que a FEA quer continuar a estimular. Enquanto não chega a nova comunidade feminina para habitar o mosteiro, o que deverá acontecer em 2021, há um novo calendário de visitas livres e visitas guiadas em horário fixo, gratuitas, e ainda a possibilidade de se acolherem grupos organizados para visita guiada, mediante inscrição prévia.
Tudo para continuar a dar a conhecer, segundo a secretária-geral da instituição, a grandeza de um espaço de enorme significado espiritual e cultural.
“O enorme claustro, o maior da Península Ibérica, as celas que estão numa relação entre si, e outros lugares que estão no perímetro da Cartuxa, traduzem-se numa relação que é desenhada para favorecer a vivência monástica, mas, também, o esplendor das componentes que são, no fundo, o pilar do labor, do trabalho e da dedicação dos seus habitantes”, destaca, Maria do Céu Ramos.
Sobre a decisão de manter abertos os portões do mosteiro à fruição pública, a responsável da FEA, assegura, em jeito de convite, que é “uma descoberta que interessa a todos, crentes e não crentes”, uma vez que “a espiritualidade é uma dimensão humana que se realiza em todos.”
As informações sobre este programa adicional de visitas podem e devem ser consultadas no sitio na internet da Fundação Eugénio de Almeida, tendo em conta que o número de visitantes é reduzido e as medidas de segurança são apertadas por causa da pandemia.