25 nov, 2020 - 17:05 • Henrique Cunha
O bispo de Pemba, D. Luíz Fernando Lisboa revelou à Renascença a existência de contactos ao mais alto nível sobre a tragédia que persiste naquela território de Moçambique.
"Soube esta semana que o nosso presidente Filipe Nyusi falou longamente com o primeiro-ministro de Portugal. Soube também que o Presidente Marcelo escreveu uma carta solidarizando-se com Moçambique . Sei que vários deputados do Parlamento Europeu têm levado a nossa causa à frente, mobilizando apoios e ajudas", disse o prelado moçambicano.
"Agradecemos a cada pessoas que possa fazer um pequeno gesto que possa ajudar a sair da situação em que nos encontramos", acrescentou
Para D. Luíz Fernando Lisboa, há sinais de esperança. O apoio da comunidade internacional, apesar de tardio, pode ajudar a combater a guerra: "O apoio da comunidade internacional é muito importante porque nós não podemos nada sozinhos. Nós somos todos dependentes uns dos outros. Então, esse apoio vem numa hora muito boa, embora tenha demorado."
"Essa sensibilização internacional da nossa situação, dessa guerra que estamos a viver aqui, concerteza vai ajudar porque serão reforçadas as nossas possibilidades, as nossas forças de segurança. Também haverá mais apoio para colmatar o problnma da crise humanitária, para ajudarmos mais aqueles que são vulneráveis."
Foi há três anos que um grupo jihadista começou os seus ataques na província de Cabo Delgado. Os primeiros alvos foram as esquadras de polícia e as forças de segurança. Evoluíram, depois, para ataques indiscriminados e em larga escala.
"A nossa situação continua bastante grave. Os ataques armados que já duram há três anos, já fizeram mais de duas mil vitimas fatais. Nós temos no momento mais de 500 mil deslocados, mais de meio milhão de pessoas, diz o bispo de Pemba.