10 dez, 2020 - 16:10 • Aura Miguel
A Santa Sé promoveu esta quinta-feira um encontro "online" sobre uma das crises humanitárias mais graves das últimas décadas que afetam, sobretudo, as populações da Síria, Iraque e países vizinhos. Numa mensagem vídeo dirigida aos participantes, o Papa Francisco valoriza a acção das organizações católicas naquela região e faz um novo um apelo à comunidade internacional sobre a situação dos deslocados e refugiados.
"Todo o esforço - grande ou pequeno - feito para promover o processo de paz é como colocar um tijolo na construção de uma sociedade justa, que se abra ao acolhimento, e onde todos possam encontrar um lugar para morar em paz”, diz Francisco.
Face ao prolongado conflito nestes países do Oriente Médio, o Papa não esquece os milhões de deslocados internos que “tiveram que deixar as próprias casas para escapar dos horrores da guerra, em busca de melhores condições de vida para si e para os próprios familiares”.
Francisco recorda, particualrmente, “os cristãos forçados a abandonar os lugares onde nasceram e cresceram, onde a fé foi desenvolvida e enriquecida”. Francisco considera urgente “garantir que a presença cristã, nestas terras, continue a ser o que sempre foi: um sinal de paz, de progresso, de desenvolvimento e de reconciliação entre as pessoas e os povos.”
Nesta mensagem, o Papa também deixa um apelo à comunidade internacional "para que faça todos os esforços para facilitar esse regresso, garantindo as condições de segurança e as condições económicas necessárias para que isso possa acontecer. Cada gesto, cada esforço nessa direção, é precioso”, conclui.
Neste encontro "online", promovido pelo Dicastério para a Promoção do Desenvolvimento Humano Integral da Santa Sé, participaram representantes de 50 organizações católicas humanitárias, representantes dos episcopados locais, instituições eclesiais, congregações religiosas e núncios apostólicos da região.
Segundo informações fornecidas pelo Vaticano, desde 2014, a rede que reúne organizações católicas ligadas aos programas de ajuda e assistência humanitária naquela região, já destinou mais de 1 bilhão de dólares ao atendimento de emergência, para os fazer chegar a quatro milhões de beneficiários individuais, cada ano.