21 dez, 2020 - 12:49 • Aura Miguel , com redação
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O Vaticano considera que a utilização de vacinas contra a Covid-19 produzidas a partir de células retiradas de fetos abortados é moralmente aceitável em países onde não houver alternativa e os cidadãos não puderem escolher a vacina.
A Congregação para a Doutrina da Fé publicou esta segunda-feira um esclarecimento sobre o uso de vacina desenvolvidas a partir de linhas celulares provenientes de tecidos obtidos de fetos abortados não espontaneamente.
A nota refere que, em países onde não houver alternativa e os cidadãos não puderem escolher a vacina, é "moralmente aceitável" usar vacinas anti-Covid-19 que usem esse tipo de células.
A nota de esclarecimento inclui alguns exemplos: “em países onde vacinas sem problemas éticos não são disponibilizadas para médicos e pacientes, ou onde sua distribuição é mais difícil devido a condições particulares de armazenamento e transporte, ou quando vários tipos de vacina são distribuídos no mesmo país, mas, pelas autoridades de saúde, os cidadãos não estão autorizados a escolher a vacina a ser inoculada, é moralmente aceitável usar vacinas anti-Covid-19 que usaram linhagens de células de fetos abortados nos seus processos de pesquisa e produção”.
No entanto, o recurso a estas vacinas, “ainda que clinicamente seguras e eficazes, não significa uma cooperação formal a favor do aborto”, sublinha o Vaticano.
Assim, no combate contra o vírus SARS-CoV-2 que causa a Covid-19 “podem-se utilizar todas as vacinas reconhecidas como clinicamente seguras e eficazes, “com a consciência certa de que o recurso a tais vacinas não significa uma cooperação formal com o aborto”, nem deve “de nenhum modo, levar a uma aprovação moral da utilização de linhas celulares provenientes de fetos abortados”.
A Santa Sé pede às empresas farmacêuticas e às agências governativas de saúde que “produzam, aprovem, distribuam e ofereçam vacinas eticamente aceitáveis que não criem problemas de consciência, nem aos agentes de saúde, nem aos próprios vacinados”.
A posição do Vaticano é conhecida no dia em que a Agência Europeia do Medicamento deverá aprovar o uso da vacina da Pfizer/BioNTech contra a Covid-19, numa reunião que foi antecipada depois de estar inicialmente agendada para 29 de dezembro.
Um documento revelado na semana passada alerta que os países mais pobres podem ficar sem vacina para a Covid-19 até 2024.
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